Resultado Bahreiniano

Apostei que a Toyota dominaria no Bahrein, dancei. A equipe japonesa tem ainda muito que aprender na hora de definir uma estratégia de corrida. Largou na frente com carros leves e não mostrou consistência na pista. O resultado, 3º para Trulli e 7º para Glock, é muito melhor do que vinham conseguindo, mas está longe de refletir o que os japoneses investem nesse time.

O que aconteceu com Vettel? Era o pole virtual da corrida, largando em 3º e mais pesado, portanto, favorito à primeira colocação. Caiu para 5º na largada e fez uma corrida normal, talvez o máximo que a Red Bull poderia render, chegou em 2º, agora com um ponto a menos que Barrichello na disputa dos pilotos, mas distante 13 pontos de Button. Com a chegada da fase européia e os novos pacotes aerodinâmicos prometidos pelas grandes equipes, não deve ser nesse ano que será campeão.

Button atropelou Barrichello, depois deu ré e passou por cima de novo. Foi para o treino com maior peso e largou na frente do brasileiro. Alcançou a 3ª posição depois das duas primeiras voltas e conquistou a primeira posição virtual da corrida, contando com as paradas antecipadas da Toyota. Daí foi seguir a estratégia de Ross Brawn e conquistar a terceira vitória em quatro corridas. Efetivou sua posição de primeiro piloto.

Barrichello leva mais uma vez o troféu garganta de ouro, disse que era melhor que Button e que teria condições de dominar o campeonato, mas depois das quatro primeiras corridas já se consagra mais uma vez como segundo no time. Não adianta chorar. Aliás, o que foi aquela reclamação em cima do Piquet? Numa disputa por posição queria que o ainda piloto da Renault abrisse a posição? Quem ele tá pensando que é?

Hamilton mostrou que a McLaren evoluiu muito desde a primeira corrida, chegou em 4º beneficiado pelo erro de estratégia da Brawn com Barrichello. Saiu no lucro.

Raikkonen destruiu qualquer chance de corrida de Felipe Massa, mas foi bem, largando em 10º e chegando em 6º, livrou a Ferrari de uma vergonha histórica, acalmando os ânimos em Maranello.

Alonso chegou em 8º com seu Renault Logan, o máximo que o carro poderia render.

Os outros brasileiros:

Massa, coitado. Arrebentou o bico no sanduíche entre Raikkonen e Barrichello e só teve carro para fazer uma bela disputa de curva com Fisichella, numa Force India. Lamentável o rendimento de sua Ferrari. Pelo menos foi até o final da corrida.

Piquet, depois do erro na volta da Q2 que lhe rendeu a 15ª posição no grid, não tinha muito o que fazer. Ganhou importantes posições na largada e cumpriu a estratégia conservadora de quem larga atrás: tanque cheio e torcer por muitos abandonos. Apareceu na transmissão só quando segurou Barrichello, cumprindo sua obrigação de defender a posição. Não foi bem, mas foi sua melhor participação em 2009, não rodou à toa.

Palpites Bahreinianos

Acreditava que a Brawn GP tinha tudo para dominar todos os GP's até a F1 chegar à Barcelona, afinal, não seria possível que as demais equipes conseguissem desenvolver seus carros em tão pouco tempo, mas caí do cavalo, a concorrência chegou rápido.
A Toyota dominou o treino oficial e parece ter fôlego para chegar ao pódio, alguns dizem que está com pouco combustível, pra mim, Trulli deve vencer e Glock pontua mais atrás.
A Red Bull mostrou que tem carro bom para andar também na secura do deserto e não só na chuva, apesar de largar na frente só com Vettel, já que Webber parece ter sido atrapalhado na sua volta rápida, parece ser a Brawn do momento.
McLaren e Ferrari mostraram uma pequena reação, com uma certa vantagem para o time de Woking.

Os brasileiros:

Barrichello admitiu que faltou fôlego a seu carro marca-texto e que esperava uma classificação bem melhor, destacando as dificuldades com o calor extremo. Em 6º, atrás de Button que larga em 4º, dificilmente lutará pela vitória, mas deve pontuar.

Massa fez uma bela classificação, largando em 8º, mas do jeito que o carro estava andando antes é bem provável que tenha conseguido esse tempo com pouco combustível, se terminar na mesma posição, será um tremendo lucro.

Piquet chegou bem na Q2, mas pegou tráfico pesado na primeira volta lançada e errou feio na segunda, larga em 15º. Sua voz embargada dizendo "Sorry guys" foi de dar pena. Suas entrevistas mostram que o piloto está mais humilde nas suas declarações, admitindo seus erros, mas se não for bem amanhã, poderá se despedir da F1 em breve, sorry guy.

Chato, chuva na China


Duro sacrificar uma noite de sábado para dormir cedo e poder acordar às 3h50 para assistir a corrida. Ao ligar a TV, carros sob chuva intensa. Largada com Safety Car, estragaram a parte mais emocionante de uma corrida. Com tanta água e spray, as imagens eram toscas, quando a câmera se distanciava, só se via água, mal dava para identificar os carros. Quando a câmera se aproximava, mais água.

Os brasileiros:
Barrichello largou em quarto, atrás dos carros da Red Bull e da Renault de Alonso, os três na estratégia de aparecer bem na classificação, com pouco combustível e queimando o pneu macio que duraria poucas voltas, uma boa estratégia. A chuva não era esperada, pelo menos na largada e beneficiou ainda mais o trio. Para Rubens, restava manter-se bem na pista e esperar os caras entrarem no Box, para correr com pista livre e impor um ritmo mais forte. Mas a chuva mudou tudo. Com problemas de freio, fazia voltas irregulares, liberando Button para ultrapassá-lo. Chegou a andar a quase 20s atrás de seu companheiro. No final melhorou, mas já era tarde. Quando a chuva diminuiu e o trilho se formou em alguns trechos, parecia ser uma boa idéia trocar por pneus intermediários. Rubens foi mais esperto e não trocou os pneus, preferiu continuar com os de chuva forte já desgastados, uma boa opção para aquele momento da pista. Mas o temporal nas 5 últimas voltas tirou sua vantagem e deu sorte em conseguir se manter na posição, na frente da dupla da McLaren. Terceira corrida com problemas de freio, promete mudar o acerto para a próxima. O fato é que pode assumir logo a posição de 2º piloto.

Massa mostrou que é bom de chuva, fazia uma ótima corrida, apesar de ter se classificado tão mal no sábado. Impôs um ritmo forte e fez belas ultrapassagens, mas a Ferrari apagou. Terceira corrida sem pontuar. Claro que a Ferrari é um ótimo time e tem condições para se recuperar, mas dificilmente poderá dar condições de o brasileiro disputar o campeonato. O ano passado foi perdido pelos erros da equipe, esse ano a história se repete, com enredo piorado.

Piquezinho comprova o que todo mundo já desconfiava, não é um bom piloto. Diniz, outro filhinho de papai que resolveu brincar de F1 teve um histórico melhor na categoria. O diretor de TV adorou mostrar as caretas de Briatore a cada *agada cometida pelo pimpolho. O piloto desculpa-se dizendo que não tem o mesmo carro que o piloto espanhol. Concordo, o principal equipamento que o diferencia de Alonso é a peça que segura o volante. Duvido que se mantenha na equipe se não for bem na próxima corrida.

O pódio:
Vettel, primeiro. Webber, segundo. Button, terceiro.

Não há dúvida que o alemãozinho será multi-campeão, fez uma corrida perfeita, partindo de uma ótima estratégia. É do tipo que transforma qualquer equipe em campeã. Sua primeira vitória foi em Monza em 2008, sob chuva, com uma Toro Rosso, ex-Minardi. Hoje deu a primeira vitória à Red Bull, ex-Jaguar, com um carro de difusor simples e sem Kers, mas desenhado por Adrian Newey, mago dos carros. Segunda vitória, de muitos títulos que estão por vir.

Webber, leão de treino, como diz Reginaldo Leme, mas que dificilmente consegue bons resultados nas corridas. Hoje seguiu a mesma estratégia de Vettel e foi um bom segundo lugar, sem brilho, como sempre.

Button, com o carro sensação da Brawn GP corria para se manter na briga pelo campeonato, não podia arriscar. Passou Barrichello com problemas de freio e fez uma corrida conservadora, não errou e levou a terceira colocação, menos do que o carro poderia render, mas dentro da margem de segurança. Pode ser campeão e salvar a honra britânica, manchada pela mentira do Lorde Sir Hamilton. Simpático, mas que não tem cara de campeão, se conseguir o título, será um dos mais chatos do ano.

Semana que vem tem mais.

Máquina do Mal




Quem não se diverte com as trapalhadas da dupla Dick Vigarista e Muttley? A todo instante planejam uma nova armação a fim de se dar bem e, invariavelmente, quebram a cara.

A McLaren tem cumprido o mesmo papel, mas na vida real, não é nada divertido.

Roubaram informações confidenciais da Ferrari, além de patrocinar trapaças de Nigel Stepney nos carros vermelhos. Quando pegos em flagrante, culparam um único cara, Mike Coughlan, como a mente criminosa. Pelo crime, se deram bem. Perderam os pontos da equipe e levaram uma multa, mas mantiveram os pontos dos seus pilotos que chegaram na etapa final brigando pelo título de 2007.

A última trapalhada é digna da Corrida Maluca. Hamilton ultrapassou Trulli quando o italiano escapou da pista seguindo o Safety Car. Tudo certo. Mas com medo de punição, deixaram o carro da Toyota reassumir a posição. Quando questionado pelos fiscais, Hamilton negou ter deixado o italiano passar, condenando o rival a perder o pódio e os pontos.

Depois, a verdade veio à tona e, quando questionado sobre o motivo da mentira, Hamilton preferiu dizer que seguiu a orientação de um cara que está na McLaren desde a época de Fittipaldi, Dave Ryan, ao invés de assumir a própria responsabilidade e afirmar que foi uma decisão da equipe. Coisa de moleque mimado, sem caráter.

Dave Ryan deve ter levado uma bela quantia, jogando seu nome na lama, mas bombando sua aposentadoria. Deve ter valido a pena cumprir as ordens do chefe, tentando salvar a equipe da própria culpa.

A McLaren mais uma vez mostra-se inescrupulosa. Faz qualquer coisa por um ponto. Suja sua imagem e expõe seus patrocinadores ao ridículo. Quando pega em flagrante, elege um culpado e atira na fogueira.

Hamilton é um bom piloto, merece um título limpo, sem desconfianças, mas insiste em se meter em polêmicas. Como dizem, passou da hora de crescer.