Assisti e adorei


Quem viveu os anos 70 e 80 certamente conheceu a tripulação da nave Enterprise que reunia representantes das diferentes culturas da Terra, acompanhados de um enigmático ser, meio humano e meio extraterrestre. Numa época em que o mundo estava dividido entre capitalismo e socialismo, com a guerra fria e a constante ameaça de uma catástrofe nuclear, vislumbrar um futuro em que a humanidade havia superado todos os seus conflitos e partia para uma missão de exploração nos confins do universo, onde ninguém jamais esteve, como dizia o diário do capitão, gerava no expectador uma sensação de que ainda havia uma esperança, que o futuro poderia não ser tão caótico e que a humanidade evoluiria, superando todas as adversidades e diferenças.
As aventuras do capitão Kirk, acompanhado de Spock, Scott, McCoy, Uhura, Chekov e Sulu foram um sucesso, mas foram perdendo expectadores com o tempo, seja por falta de bons roteiros, seja por desinteresse do grande público. Os atores envelheceram, alguns morreram e deixaram saudades.
Vieram outras séries baseadas no mesmo tema, narrando histórias de outras tripulações da Enterprise, em datas estelares diferentes, mas nenhuma teve o mesmo impacto e o carisma da tripulação liderada por Kirk e Spock.
Hoje, em pleno século XXI, ainda estamos muito longe do futuro previsto pelo idealizador de Star Trek, talvez estejamos vivendo conflitos ainda piores e mais ameaçadores, mas a ficção científica já não atrai tanto como antes. Um filme recheado de efeitos especiais ficou comum, por isso não dá para citar os maravilhosos efeitos de som e imagem como motivos para ir ao cinema.
O principal argumento para ver Star Trek é a emoção de rever os queridos personagens, encarnados em outros atores, mas com a mesma graça, numa história envolvente e empolgante, como era nos bons tempos da série.
Para os mais jovens, também é um ótimo programa poder conhecer um dos ícones da cultura dos seus pais e curtir uma deliciosa aventura, com muita pipoca lambuzada de manteiga.Vida longa e próspera.