Saiu a punição, U$100 mil pelo cinismo

A Ferrari foi multada em U$100 mil, premiada pelo cinismo de dizer que apenas informou aos pilotos que um estava mais rápido e, claro, favorecida por Massa ter assumido a decisão como sua.

Marmelada, como já havia dito que seria. Vitória suja.

Barrichello e Massa

Barrichello sempre foi um ótimo piloto, talvez o melhor da categoria, a prova está aí, o piloto com mais tempo de carreira, ainda competitivo. Quando deixou o alemão ultrapassá-lo, fez com que todos vissem que não tinha outra opção, era vítima.

Massa só foi um bom piloto na Ferrari, o que é fácil quando se tem o melhor carro. Quando deixou o espanhol ultrapassá-lo, fez com que todos vissem que é um fraco.

Massa de banana

A pouco, em entrevista para os repórteres brasileiros que cobrem a Fórmula 1, Massa assumiu que tomou a decisão para beneficiar Alonso e a equipe, portanto, tentando afastar qualquer possibilidade de punição por parte da FIA. A marmelada ficará como está.

Felipe Motta, da rádio Jovem Pan, diante das justificativas do piloto dizendo que corre para a equipe, lembrou ao brasileiro que no pódium, atrás dele, há uma bandeira e que, portanto, também corre por um país. Constrangido, Massa enrolou na resposta continuando com a tese de que é normal o jogo de equipe, como já havia feito em 2007 ao ajudar seu companheiro, como foi ajudado em 2008 e como ocorreu agora. Mas se esquece que Alonso está muito longe de brigar pelo campeonato e que sete pontos não irão ajudar, portanto, foi uma jogada inútil que só serviu para mostrar a todos que é um segundo piloto, subserviente e que nunca será campeão.

Antes pensava que era vítima da equipe, agora vejo que é capacho por conta própria. Perdeu meu respeito.

Para ouvir a entrevista, siga o link

http://tazio1.tempsite.ws/data/arquivo_1041.mp3

“Não foi um primeiro lugar, mas foi como se tivesse sido” – Foi muito pior

Acabo de ver mais um infeliz resultado de uma corrida de Fórmula 1, quando depois de uma boa largada e manter-se a frente pela maior parte do tempo, Felipe Massa recebeu uma ordem clara para deixar o companheiro Alonso ultrapassá-lo.

Desde a Áustria em 2002, quando Barrichello foi obrigado a fazer o mesmo, imaginei que nunca mais haveria esse tipo de manobra desleal na categoria.

O jogo de equipe está proibido, por isso a Ferrari irá negar descaradamente o que todos viram e ouviram, mas pior é a atitude de Alonso querendo disfarçar a situação ao final da corrida, perguntando pelo rádio se Massa havia tido um problema de câmbio e, depois, na entrevista coletiva, tentando fazer acreditar que não sabia o que havia acontecido.

Ainda pior foi a direção da corrida que não fez nada a respeito, sem punição para a equipe. Deviam no mínimo punir os dois pilotos em 30 segundos, pois só com uma grande penalização a FIA poderá inibir esse tipo de atitude antidesportiva.

Massa, visualmente contrariado, manteve o discurso “profissional”, alegando que o resultado foi bom para a Ferrari, mas na parte final da entrevista soltou em bom português a frase “Não foi um primeiro lugar, mas foi como se tivesse sido”. Discordo, foi muito pior, uma vergonha.

Toy Story 3 – Toca fundo

toystory

Geralmente não gosto de assistir as animações em 3D que aparecem mais do que pipoca nos cinemas em época de férias, acho que ficou fácil para qualquer estúdio comprar um pacote de programas, um bom sistema de computadores, criar as animações e mandar confeccionar os bonecos que serão distribuídos junto com os Mc Lanches, lucro certo. O roteiro, o investimento que realmente importa, acaba ficando de lado na maioria das produções.

A Pixar talvez seja a única que leva as animações a um estado de arte, surpreendendo a cada lançamento, por isso abro a guarda quando há algum filme deles em cartaz e levo meu filho para uma tarde divertida. Dessa vez, mais do que diversão, me surpreendi emocionado.

A turma de Toy Story apareceu pela primeira vez a um bom tempo, uma novidade em animação computadorizada, na época ainda não era pai, mas via meus sobrinhos animados com Woody e Buzz Lightyear, tanto que assisti o filme na fita em que eles não cansavam de rebobinar. Mais tarde, quando meu filho começou a curtir desenhos, já havia Toy Story 2 e chegou a hora dessas fitas gastarem as cabeças do meu bom e velho vídeocassete.

Minha casa ficou dominada por várias versões de Woody e Buzz, os primeiros foram mordidos e babados, depois passaram a ser mais respeitados e viraram companhias inseparáveis nas suas brincadeiras. Uma febre que depois de um bom tempo foi acompanhada de Homem Aranha e um monte de outros super-heróis. Com a escola, os filmes de super-heróis e os desenhos japoneses, os personagens da Pixar passaram a tomar conta do quarto, em posições de destaque, mas sem receberem atenção para brincadeira.

Hoje, assistindo a aventura dos brinquedos que precisam esvaziar o cômodo do seu dono que já crescido está prestes a se mudar para a universidade, tive a profunda sensação de que estou vivendo uma das últimas fases da infância do garoto e que daqui a pouco também ele estará dispondo dos seus objetos para seguir a sua vida.

Acho piegas chorar em filmes, muitas vezes brinco com minha esposa chorona quando a surpreendo em lágrimas ao final de cada história. Mas hoje fui eu a vítima. Nas cenas finais senti uma estranha humidade escorrendo pelos olhos, depois uma cachoeira incontrolável. Disfarcei-me atrás do saco amassado de pipocas, me recompus, mas saí com a certeza que preciso viver ainda mais perto dele antes que a vida o tire de mim.

Passione - A fantasia invade a realidade virtual

A maioria das pessoas que acompanha a novela Passione pode ainda não ter percebido o quanto a produção global tem se esforçado para interagir ainda mais com o público.

No site dedicado ao programa, sob o portal Globo.com, é possível conferir cenas inéditas em que os personagens viram-se para a câmera e tecem comentários pessoais, sem dúvida uma novidade. Também é possível rever as cenas, assistir flashs do próximo capítulo e, claro, uma especialidade da emissora, participar de enquetes sobre a trama. Até aí, tudo dentro do esperado de uma grande produção global.

O que me surpreendeu foi descobrir que os personagens vão além da tela, com páginas pessoais em redes de relacionamento, como o Twitter. Fred Lobato (@FredLobato), vivido por Gianecchini, tece comentários sobre suas ações na trama (Dia muito bom, saindo da concessionária com tudo acertado. Eu e Agnello, cada um com seu possante zero bala!!) e comenta as mensagens que recebe (@CarolMG51 Pra quê todo esse ódio no coração, Carol?! Entre para o clube de super vantagens das "Fredzetes" que vc vai se dar muito melhor..), como se a narrativa assistida na TV fosse real. No início acreditei que fosse alguma ação paralela criada por algum usuário criativo, até visualizar o link na página oficial da novela. Dando uma olhada nas pessoas que Fred Lobato segue, percebi que sua irmã (sobrinha) na trama também tem um espaço próprio, onde além dos comentários também é possível visualizar suas fotos no Twitpic, como de uma adolescente real, retratando seus momentos teens (Euzinha em momento modelo na pista de corrida do Dan... Pena q ele não tirou a foto, mas valeu Chulepa! http://twitpic.com/22y8xd @FatimaLobato).

Comparando o número de seguidores dos personagens, cerca de 1.500 para cada um, com o enorme Ibope alcançado na TV, não é difícil perceber que a ação da produção na Internet ainda não atingiu uma grande dimensão de popularidade, mas também não a desqualifica. Imagino que tem uma tendência de crescimento, apoiado na expansão da Internet e das redes de relacionamento, podendo redimensionar a narrativa a patamares inéditos.

Mas essa questão me intriga particularmente porque descubro o quanto é curiosa e profunda essa realidade virtual. A pouco costumava enxergá-la apenas como uma outra realidade, um espaço em que pessoas de verdade podiam se expressar, se comunicar, se relacionar, usando claro um pouco de fantasia, mas com parâmetros mais próximos do real. Agora pude perceber que uma outra dimensão, fruto de uma imaginação coletiva, também pode ocupar esse mesmo espaço virtual e interagir com pessoas comuns que vivenciam seus avatares na rede. Talvez um conceito pouco explorado por ainda não ter se revelado totalmente, mas que merece um estudo mais aprofundado.

O crime é bárbaro, o possível culpado era ídolo, mas já deu.

Como já disse aqui na época em que o caso Isabela era o escândalo da vez, a mídia cansa ao espremer até a última gota os casos policiais mais assombrosos. Simplesmente não aguento mais ligar a TV, sintonizar no canal de notícias e ver estampada mais uma vez o último detalhe do caso Bruno. Chega, já deu!

A minha opção é mudar de canal, com a esperança de que muitas outras pessoas façam a mesma coisa, quem sabe com a queda do Ibope resolvam virar a página.

Fim da versão impressa do Jornal do Brasil – Viva!!!

jb

O Jornal do Brasil, um dos estandartes do jornalismo nacional, anunciou que deixará de circular na versão de papel, restringindo-se à Internet. Alguns puristas choram, não sabem como irão viver sem seu jornal diário entulhando a porta de casa na madrugada. Para mim, a notícia é motivo de comemoração.

Não entendam que não gosto de jornal, pelo contrário, adoro. Mas o papel impresso é somente um meio em que a notícia chega, não é um documento sagrado, além disso incomoda, cheira mal, suja os dedos e é difícil de manusear. No dia seguinte, vai para a reciclagem mas sem nunca poder virar papel jornal novamente. O papel para a impressão do diário só pode ser produzido a partir da celulose, ou seja, cada edição diária consome lotes de árvores.

Qual o motivo de continuar publicando toneladas de palavras que servem para tão pouca coisa no dia seguinte se existe um meio melhor, mais econômico e eficiente, que pode ser atualizado a cada segundo?

Ah, dirão alguns que nem todos podem ter acesso à Internet. Ora, garanto que todos que têm acesso ao JB podem ter acesso à Internet, até mesmo em bibliotecas públicas e lan houses. Talvez seja difícil esse tipo de acesso em cidadezinhas pequenas e distantes, mas também duvido que o jornal impresso chegue a esses lugares regularmente.

Concordo que existe um certo ar de melancolia nesse anúncio, um saudosismo, mas também não vejo sentido numa empresa jornalística, cujo principal produto é a notícia, ter que se afundar nas despesas de impressão e distribuição. Se é preciso equilibrar as contas, que seja nisso, mantendo a qualidade jornalística.

A natureza agradece a opção pelo bom senso. Sinto pelos vendedores de peixe e banana.

Neighbors From Hell

nfh

Um demônio cumpre seu expediente normal no inferno, aterrorizando as almas, fazendo-as sofrer a dor de mil mortes, obrigando-as, por exemplo, a ouvir Britney Spears. Às escondidas, assiste todos os seriados de TV, por isso é convocado pelo próprio Satanás a fim de viver com sua família entre os humanos para destruir a perfuração de uma grande empresa petroleira que ameaça atingir o inferno. Passando a viver entre os humanos a família infernal surpreende-se com as maldades, preconceitos e perversões da típica sociedade americana.

Assim, seguindo a mesma linha de Simpsons, Uma Família da Pesada, South Park e Futurama, estreia a nova série animada da Fox nos EUA, super divertida, com a capacidade de rir de si mesma, recheada de referências à cultura pop ocidental. Não é um desenho infantil, as referências sexuais e a violência limitam bastante a faixa etária, mas pelos quatro primeiros episódios que tive a oportunidade de assistir, posso afirmar que Neighbors From Hell tem tudo para ser mais um grande sucesso, daqueles que terão muitas temporadas pela frente.

Porno Copa

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É incrível, mas é verdade. Diante do fraco futebol apresentado pela maioria das seleções na África do Sul, as emissoras de Tv, distribuidoras de conteúdo da Internet e jornais, na falta de algo melhor para mostrar, resolveram apelar para as belas torcedoras que enfeitam os estádios.

Acredito que as belas das arquibancadas interessam-se menos pelo desempenho do time em campo e muito mais pela exposição, então, um bom negócio para ambos, fotógrafos e fotografadas.

A nova celebridade tem nome, Larissa Riquelme. A moça já mostrou seus seios paraguaios para uma revista e deve fazer sucesso globalizado.

Nada contra as peladas, mas é decepcionante esperar tanto por boas imagens de futebol e ver a Copa de 2010 restrita a isso.

Que passa, Maradona? Está nervoso?

Desde o primeiro jogo, contra a Austrália, que fiquei impressionado com o time da Alemanha na Copa. Com passes rápidos e precisos, chegando rapidamente ao ataque e, se tivessem um pouco mais de talento na finalização, ganhariam de qualquer time de goleada.

Sabia que o jogo de hoje contra a Argentina não seria diferente. O time de Maradona, cheio de craques, nunca jogou em equipe, contava somente com seus talentos em jogadas individuais. Contra a força coletiva alemã, deu no que deu. Goleada da Alemanha! Um futebol de primeira, como costumava jogar a seleção brasileira antes de Dunga.

Para mim, a Copa de 2010 já tem um dono, Alemanha. Com todos os méritos, por ter apresentado o melhor futebol. Qualquer outro resultado é zebra.

A Argentina de Maradona… Ah que delícia ver toda aquela arrogância voltando pra casa!

Perdeu, bola pra frente

Não gosto daqueles cartazes berrando “Eu já sabia”, mas também é verdade que muita gente não acreditava profundamente que a seleção brasileira seria a campeã dessa Copa do Mundo.

Muitos fatores determinavam o pessimismo: um técnico que nunca foi popular, aliás, sempre foi o símbolo da pior face do futebol brasileiro, ou alguém esqueceu da era Dunga da Copa de 90 na Itália? Um time mal escalado que ficou longe de representar o melhor futebol do país e o nosso melhor craque convocado com problemas físicos, sem ritmo de jogo.

Para mim, o pior momento do Brasil nessa Copa foi o destempero do técnico nos microfones, xingando um jornalista. Ali ficou evidente que estávamos sob a orientação de um sujeito desequilibrado, sem moral para liderar um time de várzea, quanto mais uma seleção brasileira.

Mesmo assim, todo mundo torceu, pois a camisa amarela é uma força que contagia, que nos chama para a vibração, para a alegria. Tentamos acreditar que poderíamos vencer, mesmo quando víamos nossa fragilidade diante de um time fraco jogando na retranca, mesmo quando não víamos nosso ataque ser eficiente. Mesmo quando víamos nosso meio campo lento, perdendo passes com um futebol previsível. Mesmo quando víamos nosso goleiro, considerado o melhor do mundo, tomar gols bobos.

Perdemos quando enfrentamos um time longe de ser o melhor da Copa, mas melhor do que o nosso. Agora não dá para lamentar, só levantar a cabeça, aprender e melhorar, para ganhar a próxima.