Tudo na nuvem

Google Cloud Connect - Basta uma conta no Google para armazenar os arquivos

Sabe aquele trabalho que você está escrevendo em casa e que esqueceu de salvar no seu pendrive para contnuar no escritório ou quando estiver parado no trânsito? E aqueles arquivos que você já alterou em tantos computadores diferentes e que já não consegue identificar qual a última versão?

Uma boa idéia seria tê-los guardados num único espaço para acessar de qualquer lugar. Faz tempo que alguém já teve essa ideia, mas só a pouco tem sido disponibilizada gratuitamente para usuários comuns.

O foco do Google tem sido agregar aplicativos e disponibilizá-los junto com espaço de armazenamento, apostando no que está sendo conhecido como nuvem, onde todos os arquivos pessoais deixam de ser locais para ficarem arquivados nos servidores da internet, podendo ou não ser compartilhados. Nessa semana lançou o Google Cloud Connect for Microsoft Office, um aplicativo que ao ser instalado cria uma opção dentro do MSOffice para facilitar a sincronização dos dados com a internet.

Quem tem celular com Android já sabe como essa integração funciona e muito mais está por vir com o Chrome OS.

A Microsoft também enxergou a tendência e já disponibiliza o serviço Windows Live Skydrive para que os usuários possam armazenar seus arquivos e editá-los em uma versão online do pacote Office.

Alguns irão dizer que pode não ser tão seguro manter esses arquivos na rede. Claro que é preciso tomar cuidados com senhas, mas todos já se acostumaram a adotar hábitos de segurança. Penso que é mais inseguro colocar um pendrive de 4Gb de dados no bolso e deixá-lo mergulhar dentro da máquina de lavar ou simplesmente correr o risco de perdê-lo. Os HD’s já provaram que não estão isentos de pane, quem já viu informações importantes desaparecerem sabe bem disso. Meu maior medo, hoje em dia, não é ter meu notebook roubado, mas imaginar meus dados perdidos ou, pior, nos olhos dos bandidos.

Há também uma necessidade de infraestrutura. A ideia só funciona bem quando se tem internet disponível e a realidade atual ainda está distante do que se deseja, mas se lembrarmos que em pouco tempo a maioria das pessoas acessava internet por modem discado, não é difícil imaginar que em pouco tempo teremos pontos sem fio de alta velocidade espalhados em todos os cantos.

Desaparece também a necessidade de espaços cada vez maiores de armazenamento. Por que gastar dinheiro trocando de computador a cada ano? Sem precisar instalar softwares pesados, já que os principais aplicativos também funcionam na nuvem, qualquer netbook com um teclado confortável e um monitor razoável dá conta das necessidades básicas.

Mas talvez esteja aí o grande problema da idéia, já que vai contra a ordem do mercado que nos faz consumir novos equipamentos a cada dia. No entanto, considerando a criatividade da indústria, não demorará a nos convencer que temos novas necessidades e que precisaremos gastar em novos produtos.

Eu consegui!!

RockyBalboa5

Sabe aqueles desafios secretos que fazemos para nós mesmos e vamos protelando por anos a fio, tanto que chegamos a duvidar que um dia seremos capazes de cumpri-los?
Não falo de grandes desafios como encontrar a cura do câncer, mas desafios que parecem pequenos para a imensa maioria da humanidade e que têm uma importância muito particular.
O meu era conseguir chegar ao trabalho de bicicleta. Uma moleza para qualquer um, mas para mim, muito acima do peso, uma empreitada comparada a chegar à lua.
Tá! Nem tanto…
Mas bem difícil já que tenho de conciliar um monte de tarefas, sempre com pouco tempo, e que só consigo cumprir acelerando meu carro.
Além do tempo apertado, também preciso uma certa preparação pois geralmente numa atividade física meus poros expelem litros de suor, complicando qualquer contato social que não seja precedido de um bom banho frio.
Mas hoje, depois de ter acordado às 4h20 para pedalar e não ter conseguido, decidi que seria o dia.
Depois de um tempo em que a gente pega o ritmo de uma atividade física, é muito difícil viver sem ela. O corpo pede pelo movimento, passamos a ser dependentes da endorfina produzida com o exercício aeróbico. Então, esse vício positivo faz a gente tomar decisões nem sempre sensatas.
Estava atrasado, o horário de almoço foi corrido, meu filho demorou para sair da escola, cheguei tarde em casa e mesmo almoçando muito rápido não consegui me adiantar para cumprir minha decisão. Minha consciência gritava que não seria possível, ainda assim, vesti meus shorts e uma camiseta velha, juntei uma trouxa com toalha e roupas para troca, montei na bike e saí pedalando, antes de ter tempo de me arrepender.
Não demorou para me dar conta que tinha feito uma burrada. O calor estava intenso, a luz do meio-dia não deixava sombras, mas a única solução era encarar. E encarei. O trânsito de carros estava uma loucura, todo mundo apressado, atravessando a ciclovia sem escrúpulos. Muitas outras bicicletas disputando espaço, umas mais rápidas, outras mais lentas. Pessoas invandindo… Para quem se acostuma a pedalar nas madrugadas vazias, com muito ar fresco, encarar a ciclovia no início da tarde é como desafiar o caos.
Depois de um tempo de pedal, numa subida amena, encontrei-me diante do meu Everest, uma altura desafiadora até para os magrinhos em suas leves bikes com trocentas marchas. Avancei o quanto pude e tive que desmontar. Empurrei. O relógio já denunciava o meu atraso, era preciso apertar o passo, mas como? Onde foi parar o oxigênio? Estava me sentindo uma jamanta carregada subindo a serra do mar. Uma sombra sob uma árvore virou um oásis. Parei, respirei por dois minutos e continuei. Quando atravessei a pé a parte mais difícil, montei na bike e segui até a entrada do prédio, feliz com meu desafio vencido, gritando para quem pudesse ouvir: “eu consegui!!”. Não é todo dia que a gente tem essa sensação.
Muito suado, ergui os braços comemorando a minha vitória. As pessoas em volta se contagiaram com minha alegria. Lembrei da famosa cena com o Rocky Balboa vencendo a escadaria, pena que faltou o embalo da trilha sonora.