Lindo amanhecer

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Nesse final de semana, depois de tanta chuva em janeiro, resolvi aproveitar o último final de semana de férias, com o sol disposto a brilhar durante todo o período.

Não fui o único, claro. A idéia também pareceu boa para muita gente, então tive que me conformar com o trânsito lento, parando por mais de 2 horas na estrada.

O calor no sábado foi intenso, daqueles que sufocam. A umidade da Juréia não ajuda, o corpo fica o tempo inteiro melado de suor. Dormir parecia uma tortura, o ventilador só movimentava o ar quente. No meio da madrugada uma tempestade assustadora fez os sonhos ganharem um clima de terror, com os fortes barulhos de trovão e os flashs dos relâmpagos, mas foi uma dádiva respirar o novo ar, lavado, fresco e perfumado.

Então veio o amanhecer… Fez tudo valer a pena! Um momento mágico, daqueles que a gente raramente consegue observar. O sol brilhando no horizonte, as árvores ganhando os primeiros raios, animando os pássaros que responderam com uma linda sinfonia, rara em qualquer cidade.

Registrei, claro, não podia deixar passar. Compartilho uma foto do espetáculo com vocês.

Angry Birds – cuidado, vicia!!

 

Assista o trailer para ter uma boa idéia de como funciona esse viciante game.

Adoro videogames, isso não é novidade, mas tirando Tetris e seus filhotes, dificilmente me encanto por games com estruturas aparentemente simples. Prefiro dedicar horas decifrando uma fase de um bom game do PS3 a me perder num simpático game de “cata tomate”.

Por isso nunca fui muito simpático aos games de celular, só abri mão desse tipo de diversão quando já tinha lido pela enésima vez a mesma “Caras” do consultório dentário.

Não faz muito tempo que ouvi falar de Angry Birds, uma espécie de febre no iPhone e soube que estava disponível gratuitamente no sistema Android. Por que não experimentar? Até então, meu Milestone só tinha recebido um difícil game de xadrez.

Quando botei o game para rodar, levei um susto com a qualidade dos gráficos que apareceram na tela, totalmente em HD, muito melhor que um desenho animado, nunca vi detalhes tão legíveis numa tela pequena.

Não é preciso se apertar com botões, a jogabilidade explora a tela touch, tornando a interação com o game pra lá de interessante, pois dá uma ótima sensação de interagir com os personagens simplesmente tocando sobre eles.

A mecânica é incrívelmente simples e viciante, basta lançar através de uma atiradeira diferentes tipos de pássaros, cada um com habilidades distintas para destruir uns porcos que estão protegidos por construções engenhosas feitas de placas de vidro, madeira e pedra. É preciso calcular com cuidado o ângulo de lançamento e a tensão do estilingue, além de explorar a característica de cada tipo de pássaro tocando sobre ele durante o vôo. Para destruir as proteções e atingir os porcos o jogador precisa calcular os efeitos da destruição, formando combos, por exemplo, às vezes é preciso derrubar uma pilastra para atingir uma pedra que rolará e derrubará uma placa sobre um porco e, para acertar essa primeira pilastra, talvez seja preciso desviar de um outro grande obstáculo. Deu para entender? Parece simples, mas a cada nível a dificuldade aumenta, instigando o jogador a vencer um novo desafio.

Ter Angry Bird instalado no celular já justifica a compra de um smarthphone com Android, fora todas as outras incríveis possibilidades que esse aparelhinho mágico oferece.

A partir de agora, vou agradecer quando puder esperar mais um pouquinho. Está com pressa? Pode passar na frente!

Fim de férias, sobrou a madrugada

Acabaram as férias e o tempo livre para andar de bike durante o dia. A solução é encontrar um outro horário e, para mim, a única solução foi acordar mais cedo para pedalar, vencendo a preguiça com ainda mais força de vontade.

O despertador berrou às 5h, mas a tentação da preguiça fez com que eu esperasse só mais um pouquinho e, quando dei por mim, já marcava 5h25. Vinte e cinco minutos que passaram muito rápido, literalmente num fechar e abrir de olhos. Pensei em desistir, tentando imaginar que seria possivel encontrar uma alternativa de horário, mas minha bexiga me obrigou a levantar.

Água fria no rosto para despertar, duas bananas e um copo d’água me colocaram disposto. Saí com a francesa na rua escura, garantindo o celular, cópia do documento, uns trocados e as chaves de casa em sua bolsa de quadro. Acendi as lanternas e ganhei a rua.

Logo deu pra sentir o ventinho frio da madrugada, a primeira reação foi pensar que poderia ter me agasalhado melhor, mas logo desisti com a certeza que iria esquentar bem rápido. Cheguei na ciclovia e apontei para a direção de uma subida falsamente leve, no sentido para o interior do bairro, logo cruzando com outros ciclistas a caminho do trabalho. Ao contrário do que a maioria imagina, nesse horário as pessoas que estão nas ruas são as trabalhadoras. Malandros, ladrões e assaltantes não costumam acordar tão cedo, por isso me sinto muito mais seguro.

Venci a subida e alcancei uma linda praça, mas que na escuridão perde muito do seu encanto. Um vulto num banco me alertou, mas percebi rapidamente que era um aposentado esticando as pernas num alongamento. Sigo, com um pouco mais de subida. Dessa vez não sinto as pernas queimarem e me entusiasmo, mas ao passar em frente a um batalhão de polícia, lembro que é preciso ter cautela e resolvo dar meia volta, afinal, vai que algum malandro tenha caído da cama…

Encosto, desligo a lanterna dianteira para economizar as pilhas e engato o dínamo. Descer livremente embalado pela inércia de uma bicicleta é uma das sensações mais gostosas que existe, com o vento fresco batendo por todo o corpo e aquele barulhinho gostoso da roda girando livremente. Apoiado sobre os pedais, jogando o corpo para trás para aliviar as pancadinhas na roda dianteira quando passo pelos desníveis, tenho a sensação de completo domínio sobre a bike.

Mas é preciso ter cautela e não deixar os aros 28 tão livres, pois ganham velocidade muito fácil, melhor manter os dedos nas alavancas de freio. Mais umas pedaladas num trecho plano, o movimento de pessoas aumenta, apressadas em direção aos pontos de ônibus. Olhares dos que chegaram antes do coletivo apontam para mim, penso que por causa do farol à dínamo, incomum e que desperta lembranças do passado no interior sem luz elétrica.

Mais uma descida, um pouco mais forte, com cruzamentos mais largos, ainda vazios, sem concorrência na luz verde. Galhos baixos de árvores raspam pela cabeça, mais um pouco e chega o final da ciclovia, beirando a Dutra. Melhor voltar, desengatar o dínamo, acender a lanterna e encarar a subida de volta.

Estou atrasado, mas num certo momento, durante o esforço do retorno, noto o sol no horizonte. Páro e observo.

Chego em casa, com um sorriso enorme, uma sensação de extremo prazer, me perguntando por que demorei tanto pra fazer isso.

publicado nos meus blogs: bikeurbana.wordpress.com e blogdovelhao.blogspot.com

Chico Anysio – O humor está mal

Chico na sua melhor forma

Chico Anysio foi por muitos anos uma das principais referências do humor na TV brasileira. Como esquecer sucessos como Chico City, Escolinha do Professor Raimundo, Chico Total e seus mais de 200 personagens? Lembro ainda das suas participações nos primeiros anos do Fantástico onde fazia stand up comedy, séculos antes de virar moda.

Envelheceu. Muitas vezes ficou chato, com opiniões impopulares, como sua posição contra os movimentos ecológicos, declarada numa entrevista ao Jô. Seu humor ficou desgastado e perdeu espaço na programação. Adotou um tom amargurado e afastou-se.

Está lutando por sua saúde e os boletins não são animadores. Sua perda pode não ser tão sentida pelos mais jovens que não guardam lembranças da sua melhor fase, mas para quem acompanha a maior parte da história da TV brasileira, a falta de Chico será impactante.

Torço por sua recuperação.

Hoje deu pedal

Bicicleta

Amanhã fará uma semana com minha Elops 3 e, apesar da chuva, consegui pedalar bastante nos momentos em que a água parava de cair.

Incrível como nosso corpo muda com o exercício. Hoje consegui pedalar por uns 20Km sem ficar muito comprometido e se não fosse a ameaça da chuva, teria pique para pedalar por pelo menos mais 10Km. Pouco para quem está acostumado, mas para quem estava a anos completamente parado, andando de carro para ir até a padaria, considero uma evolução e tanto.

As pernas já estão mais habituadas ao movimento, os músculos ardem menos. O assento ainda dói, mas nem tanto, dá pra aguentar, basta movimentar um pouco mais e subir nos pedais quando passar pelas depressões.

Com menos dor, mais prazer. É indescritível a sensação de liberdade que a bicicleta proporciona, com vento batendo, som ambiente e cenário passando mais devagar pelos olhos.

O maior problema é a atitude dos motoristas. Os idiotas acham que por estar num carro têm o direito de desrespeitar todos os outros. Acho que mal enxergam os ciclistas. Nas conversões, atravessam e ficam parados na faixa da ciclovia, como se tivessem o direito de estar ali. A solução é reclamar, dou um trim-trim de longe e aponto a ciclovia, alguns tentam abrir espaço, outros idiotas dão risada e mal se mexem. Devia haver multa para tamanho desrespeito. Imagino o que seria se estivesse pedalando na rua.

Os pedestres também atrapalham, duro é desviar de casais que caminham pela ciclovia fechando todo o espaço, tão distraídos um com o outro que mal ouvem o “dá licença” ou o trim-trim. Temi por um casal de velhinhos.

Mas não se pode ter tudo. Motoristas babacas e pedestres distraídos na ciclovia fazem parte do trânsito e devem ser encarados apenas como dificuldades. O importante é manter o alto astral, a educação e ter uma atitude cortês, pois o prazer de pedalar é mais importante.

Se você está como eu estava, saia dessa, venha pedalar. Garanto que vale a pena.

Saudade do sol

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Praticamente todos os dias de férias dentro de casa, me escondendo da chuva. No começo foi uma delícia, dormindo muito e me divertindo com videogame e, depois, quando o tempo melhorou pelas manhãs, com um lindo sol até o meio-dia, deu uma animada, com direito a uns passeios de bicicleta.

Mas agora, depois de dois dias com chuva durante todo o tempo, não dá mais. Chega a dar depressão. Tá bem chato isso.

Michael Jackson no Wii

Tá, o cara era esquisito. Mas quem nunca balançou com suas músicas?

Acabo de experimentar o game “Michael Jackson The Experience” no Wii e me diverti bastante. O esquema é simples, mas empolga.

Na tela os dançarinos apresentam a coreografia dos grandes sucessos do ídolo pop, com a mão esquerda brilhando com a famosa luva de brilhantes, cabendo ao jogador repetir os movimentos, com o controle do Wii representando a mão da luva.

Não é necessário dançar perfeitamente, basta acompanhar os movimentos da mão, mas mesmo assim não é fácil, como toda dança é preciso manter o ritmo e a sincronia. Claro que é uma brincadeira e por que não se divertir tentando dançar?

Para quem está escondido em casa por causa da chuva, não tem coisa melhor, abra espaço na sala e tente alcançar um “perfect” dançando Thriller, a família inteira vai adorar.

Minha amiga bicicleta

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Adoro pedalar. Pelo menos adorava por toda a minha infância, adolescência e começo da fase adulta, quando um acidente me nocauteou por um tempo e o conforto do carro passou a ser uma realidade.
Minha querida Caloi 10 foi roubada, comprei outra, uma Caloi 12, que permanece guardada como nova até hoje, depois de 20 anos. Cresci. Para os lados! Fiquei incompatível com minha bike.
A alguns anos tentei voltar. Comprei uma Barra Forte usada. Era boa, mas muito pesada, sem marchas, desanimava quando pensava em encarar uma subida. Vendi para a faxineira depois do tanto que ela insistiu.
Tentei outra, uma Caloi 100, leve, toda em alumínio, com pneus largos e 21 marchas. Mas quem mede mais de 1,85m e pesa mais de 100Kg não consegue ficar confortável numa bicicleta tão pequena. Pedalando do alto do selim me sentia completamente inseguro, como se estivesse num monociclo de circo, daqueles bem altos, com o palhaço se equilibrando sobre uma pequena roda. Meu corpo se projetava para a frente, jogando o peso para os braços apoiados no guidão, fazendo doer, além do assento, os punhos.
A indústria nacional de bicicletas tem problemas. Chegaram à conclusão que é mais barato fabricar bicicletas de tamanho único, como se todo ciclista medisse 1,70m e pesasse menos de 90Kg. Bicicleta no Brasil é feita para criança ou para quem não pode pagar a condução, pelo menos essa é a visão que nos fizeram acreditar, para privilegiar a indústria automobilística. Quem quiser encarar a bicicleta como esporte poderá gastar mais com as importadas, específicas para a prática na estrada ou nas montanhas.
Pessoas comuns, acima do peso, com medidas fora do padrão devem se conformar. A solução mais fácil é desistir.
Foi o que fiz, desisti. Não gosto de fazer exercícios, detesto muito suor e dores. Caminhar é um sacrifício. Correr? Nem pensar! Natação… Não me sinto confortável num reservatório de água onde algum velhinho que faz hidroginástica deixa escapar um xixi. Além de sempre ter um engraçadinho reparando nas adiposidades alheias. Academia… Não é comigo. A idéia de ficar confinado num lugar fechado, abafado, com um monte de gente fedendo a suor chega a me dar náuseas. Me desculpem o machismo, mas também não acho legal a idéia de dividir vestiários com os “mocinhos” narcisistas admirando-se nos espelhos.
Mas é preciso ficar saudável. Não me atiro tanto sobre as besteiras, procuro manter uma alimentação adequada, com fibras, como a TV recomenda, mas não dá para virar comedor de alface de um dia para o outro. Meu problema não é a comida, mas o sedentarismo. Há anos não pratico uma atividade física regular. Preciso fazer alguma coisa, antes que a conta chegue, tão alta que eu não consiga pagar.
Há pouco fui a uma loja da Decathlon, recém inaugurada na cidade. Encontrei uma bicicleta certa para o meu tamanho, com um quadro grande, rodas aro 28, bastante robusta, equipada com todos acessórios que deveriam ser obrigatórios nas bicicletas nacionais: páralamas, buzina, cesto, farol com dínamo, refletores, luz traseira, bolsa… Um sonho. O vendedor indica que a bicicleta, Elops 3 da B’Twin, é importada da França e que tem garantia de 5 anos para o quadro e 2 anos para as peças, algo impensável até para a melhor Caloi que só é garantida por 6 meses.
O preço é salgado. Penso, volto num outro dia e resolvo experimentar, dou uma volta entre as prateleiras da loja e logo percebo que é a minha bike, precisa, confortável, com um movimento de pedal delicioso. Volto para pensar em casa, afinal, uma compra dessas precisa ser feita com consciência para que não seja mais um entulho no quintal. Resolvo, me comprometo.
Pedalei com a bike da loja até em casa. Doeu tudo, principalmente a bunda. Achei que não conseguiria sentar novamente.
Hoje, fiz o primeiro passeio oficial, senti as pernas queimando numa subida mais íngrime, mesmo com a marcha mais leve. Sofri e não desisti, fui mais longe, cheguei ao limite para não ficar quebrado no dia seguinte. Mas me diverti, muito, com o vento batendo gostoso numa descida.
Espero ter força de vontade para continuar, até que não precise mais de um selim tão macio e que as pernas peçam por uma marcha mais rápida. Quem sabe até chegar ao ponto de resgatar minha Caloi 12 da poeira e ganhar as estradas.