A declaração absurda do deputado Bolsonaro em resposta à pergunta de Preta Gil no CQC mobilizou as opiniões dessa semana com declarações extremistas dos dois lados, truculentos conservadores e liberais indignados.
Não é possível no mundo atual admitirmos declarações estapafúrdias de quem deve ler Mein Kampf no banheiro. Mas me causa mais surpresa ver a quantidade de mensagens em defesa do deputado, de pessoas que exercem atividades representativas na sociedade, alguns são profissionais liberais que não podem ser chamados de ignorantes por falta de acesso à educação.
O mesmo aconteceu na ocasião em que o funcionário público do Banco Central resolveu que tinha o direito de atropelar uma manifestação ciclística. Não foram poucos os que se posicionaram em sua defesa nas redes sociais, com frases de apoio esdrúxulas, míopes e calhordas.
É com tristeza que me deparo com tantas pessoas defendendo o que é inadmissível, muitas vezes jovens que nasceram num país democrático em que a grande maioria colocou um operário no poder, que nunca viveram um dia de ditadura, que não precisaram sair às ruas para gritar pelas “Diretas Já”, que ganharam um mundo completo com internet e TV à cabo e não sabem o que fazer com tanta informação. Garotos que nunca trabalharam para calçar um Nike e que falam mal do país, preferindo ter nascido em outro lugar.
Claro que é uma minoria. Mas Bolsonaro foi eleito várias vezes, sendo regiamente pago com os nossos impostos, porque está representando uma boa parcela da população.
Faz parte da democracia conviver com as diferenças, mas fico me perguntando como ideias retrógradas continuam latentes em tantas cabeças e o pior, tão jovens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário