És mãe gentil dos filhos dessa pátria?

Nossa liberdade está sendo podada dia-a-dia e ninguém reage. Tudo está sendo proibido e todos se calam.

Os competentes políticos de Brasília, quando presentes na câmara, resolvem proibir. Tentando resolver os problemas sociais na base da canetada, desenhando para o futuro um estado cada vez mais tirânico e autoritário.

Exemplos? Aos montes!

Um lunático entra num cinema no início dos anos 90 e, de costas para a tela, dispara uma metralhadora contra o público. A polícia investiga sua casa e encontra alguns jogos de computador. Resolve que o sujeito teve uma influência maligna de um jogo, numa análise psicológica mais rasa que um texto de Seleções. Os demagogos já se precipitaram e passaram a condenar qualquer jogo de videogame com tema violento, como se a violência partisse do jogo e não da sociedade. Counter Strike foi proibido a um ano e não consta uma diminuição nos índices de criminalidade por conta dessa proibição e tampouco havia sido registrado antes casos de jovens nerds formando esquadrões para combater nas ruas da cidade.

A pouco estabeleceram a lei seca no trânsito. Quem dirigir com o mínimo de álcool terá sua habilitação suspensa por um ano, mesmo que tenha comido apenas uma banana madura, lavado a boca com Listerine ou cheirado o álcool da limpeza da casa. Se comer uma dúzia de bananas maduras, poderá ir direto para o chilindró, claro que tendo de passar antes por um breve momento de isolamento. Mas era preciso uma lei tão rigorosa? Claro que não, bastava uma fiscalização efetiva nas bases da lei anterior. O que acontece agora é que a pressão da Rede Globo força a produção de fatos para justificar a mão de ferro da lei, então é preciso sair às ruas para pegar meia dúzia de incautos, sempre sob as lentes da TV. Será que sem a pressão da imprensa a fiscalização será tão rigorosa e os efeitos da lei tão aparentes? A queda dos acidentes e mortes festejados após a lei seca me soa com um falso produto midiático, tamanho o empenho da Rede Globo em divulgá-los dia-a-dia. A lei seca é uma proibição desnecessária, bastava a fiscalização.

Acabei de ver na TV Gazeta (eu assisto!) que pretendem estender a lei seca para os remédios. Ou seja, se você tem um pequeno problema de pressão e toma algum medicamento, terá motivos para sofrer ainda mais e aumentar a dose, pois estará impedido de dirigir. Aliás, caso tenha acordado com uma dor de cabeça, melhor sair dirigindo com dor, ou medicado, mas pendurado num ônibus. Proibido dirigir sob medicação.

Assim, não espanta se essa proibição no trânsito aumentar ainda mais. Não duvido se em pouco tempo não proibirem os gordos, os altos, os feios, os pobres, os que usam óculos, os com mais de 50, etc. Deslocar-se de carro será privilégio de poucos.

Em nenhum momento avaliam que ao invés de proibir é preciso educar. Tratam o povo como gado, guiando as ações das pessoas na base da lei, escrita por quem não tem moral ou cultura, muitas vezes copiada de modelos estrangeiros. Ninguém reage, todos se deixam levar, manipulados pela opinião de uma emissora de TV.

Não aceito leis que proíbam, antes de ações educativas. Proibição é a contramão da evolução.

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