Vi 3D

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Tenho um problema no meu olho direito chamado “ceratocone” que me impede de enxergar bem. Minha sorte é que o outro olho, apesar da miopia e do astigmatismo, consegue 100% de visão com os óculos, por isso consigo viver bem porque um compensa o outro. Mas a novidade 3D que está invadindo as mídias visuais me oferece alguma dificuldade.

Há alguns anos experimentei um filminho 3D no Aquário de SP e me senti ridículo, tentando adaptar os óculos especiais sobre os meus óculos normais, sem ver resultado algum enquanto todos vibravam com as imagens saltando da tela. Desde esse dia, nunca mais me arrisquei em outra experiência 3D, apesar dos cinemas modernos oferecerem equipamentos bem melhores do que havia experimentado. Pensava que não valia a pena pagar mais caro para arriscar e ficar vendo tudo esquisito enquanto os outros se divertiam.

Meu filho sempre foi solidário ao meu problema, nos nossos passeios nunca exigiu ver os filmes em 3D, apesar de perceber seu interesse. Hoje resolvi presenteá-lo. Ele insistiu que não queria porque eu não podia, mas claro que seu entusiasmo estava evidente.

Entramos na sala para ver “Rio”, antes escolhi uma fileira mais próxima da tela. Recebemos os óculos especiais e coloquei sem esperanças que fosse funcionar. Mas, para a minha surpresa, consegui ver as maravilhas da nova tecnologia. Um espetáculo visual, num filme belíssimo, muito colorido e cheio de efeitos. Fiquei feliz por descobrir não só um novo jeito de assistir filmes, mas também porque me senti menos incapacitado pelo meu problema visual.

Meus gastos com cinema irão ficar mais caros, mas claro que valerá muito a pena explorar tudo que está por vir.

Tchau Reali Jr.



“A Jovem Pan chama direto de Paris o correspondente Reali Júnior, é a Jovem Pan na Europa…”

Ouvir Reali Júnior transmitindo as novidades de Paris todas as manhãs direto da Maison de la Radio, de la RadiÔ, enquanto lutava para atravessar a cidade para as minhas atividades era bom, me dava uma sensação de tranquilidade, mesmo estando pouco interessado nas notícias de Paris, servia como um ritual matinal, como o pingadinho com pão na chapa na mesma padaria, como o primeiro ronco do motor do meu fusca 1969…

Tudo muda. Mudei de cidade, de carro, de padaria e às vezes mudo de estação, gosto também de ouvir o miado do Pulo do Gato. Reali mudou para o céu, de onde não poderá ser correspondente, mas diferente do carro, da estação e da padaria, nunca poderá ser substituído.

Num dia triste, melhor lembrar da alegria

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Não há o que comentar sobre o ataque raivoso de um louco contra crianças, um dia triste, para chorar.
Mas fugindo de tantos dramas relatados, com pormenores à exaustão, uma rápida notícia foi um alento: hoje Mussum faria 70 anos. Claro que todos ficaram mais tristes sem ele, mas lembrá-lo me faz voltar para a época em que era permitido rir de tudo.
Não havia o polticamente correto e não havia fanáticos executando estudantes.