Não esqueçam da gripe

Após o retorno das aulas a impressão que ficou para a maioria das pessoas é que o problema da gripe suína passou, como uma onda ou uma marolinha. Como se o fim de um problema pudesse ser decretado numa canetada.

Não é bem assim, aliás, muito pelo contrário. Agora é que o problema passou a se agravar. Qualquer escola pública tem recebido diariamente várias mães trazendo licenças médicas de crianças com gripe, identificado pelo CID J11.

A Vigilância Epidemiológica orientou os diretores a informar todos os casos, mas não esperava receber planilhas tão cheias. Apesar das quantidades informadas ultrapassarem muito o que é considerado pandemia, os responsáveis pela saúde insistem num discurso impreciso, afirmando que entrarão em contato com as famílias para fazer exames e comprovarem o problema. Então, considerando a morosidade do serviço público e a falta de vontade política para tomar alguma atitude que possa vir a prejudicar a economia da cidade, duvido que tomem uma atitude radical e necessária.

Para garantir as caixas registradoras dos lojistas, arriscam a vida de pessoas inocentes, escondendo-se como avestruz.

Windows 7

win7

Parece que dessa vez a Microsoft acertou a mão num novo Windows. O sétimo sistema Windows lançado pela empresa deverá apagar a decepção gerada por seu antecessor, Windows Vista, da mesma forma que o Windows XP deletou da memória de todos o ridículo Windows Me.

A versão RC (Release Candidate), disponível para quem se cadastra no site da empresa, mostra que a Microsoft se esforçou para construir um sistema leve e estável, mas com um visual bastante caprichado, cheio de transparências e efeitos, além de recursos bastante intuitivos que facilitam muito as operações a que todos estão acostumados. Só para citar um exemplo, agora é possível abrir toneladas de janelas, sem ficar perdido procurando-as depois na barra de ferramentas. Cada programa aberto gera um ícone na barra e, basta apontar o mouse em cada ícone para visualizar mini janelas das várias páginas do mesmo programa.

O novo Windows Media Player ganhou ainda mais destaque no novo sistema, agora ele concentra todos os arquivos de mídia (filmes, fotos, músicas, rádio e TV), com efeitos visuais atraentes, incluindo uma linda apresentação de fotos durante a execução das músicas.

O processo de instalação está bastante simplificado. No meu caso, instalei num segundo HD da máquina e nem precisei gastar neurônios, bastou selecionar o diretório de destino para o programa instalador fazer todo o resto, incluindo a instalação de um programinha inicial para escolher qual o sistema operacional desejado, da mesma forma como já funciona com as distribuidoras de Linux. Aliás, nesse HD, eu já tinha o Ubuntu instalado que foi respeitado pelo Windows 7, deixando-o disponível no menu de seleção de sistemas.

Depois de instalado, nenhuma dificuldade, uma rápida atualização deu conta dos drivers da máquina, além do suporte para português do Brasil.

Agora é só curtir enquanto o sistema estiver operacional e juntar os trocados para comprar o pacote Ultimate quando for lançado oficialmente.

Detalhe: Estou blogando com o Windows Live Writer, simplesmente perfeito.

O pescoço do alemão


A expectativa criada a partir do anúncio do retorno do alemão ao campeonato de F1, substituindo Felipe Massa, foi enorme, todos queriam rever o craque das pistas dando show num carro sem controle de tração e com o kers.
A decepção por causa do pescoço dolorido foi maior ainda. Uma brochada global.
Mas será que foi só o pescoço? Rubinho nem precisou gastar os 140 toques do Twitter para lançar a dúvida. Muitos o criticaram, julgando-o por mágoas passadas.
Reginaldo Leme, na sua coluna, diz que o problema foi o capricho do heptacampeão que se negou a entrar na pista sem testar o F60. Pode ser.
Penso que se o cara colocou-se à disposição da Ferrari, treinou com o F2007 e entrou em forte esquema de preparação física, sabendo que o pescoço estava machucado desde o começo do ano, acreditava nas suas plenas condições de corrida.
Considerando a trajetória de Schumacher na F1 que sempre fez questão de correr com todas as chances de vitória antes da largada (incluindo o melhor companheiro de equipe, bom acertador de carros e obrigado a ceder a posição), concordo com o jornalista, entrar na pista sem testar o F60 e, portanto, sem poder apresentar uma ótima performance, causou um peso insuportável no seu pescoço.

Filhote teclando no YouTube




Fã de Homem Aranha, cantarola a música que embala um momento do herói no segundo filme desde que assistiu pela primeira vez. Fez questão de aprender e mostrar para todos.

Para mim, Raindrops Keep Falling on My Head sempre lembrará um dos momentos mágicos do cinema, com Paul Newman evoluindo numa bicicleta.

Telecine na Telefonica TV Digital

Uau!! Acabei de ligar a TV e quase caí pra trás quando vi os cinco canais Telecine na Telefônica TV Digital.
Sou assinante desde que apareceu o Você TV e tive que ter muita paciência com todos os problemas iniciais do sistema de TV da operadora espanhola, desde a baixa resolução do sinal que dava uns blocos insuportáveis, principalmente nos canais de desenho animado, até nos problemas de falta de sincronia das legendas.
Falta muito para a perfeição, mas depois de 3 anos, dá pra notar que a qualidade da imagem melhorou bastante, longe do ideal na LCD, mas perfeita na CRT. As legendas foram corrigidas com rapidez, mas até hoje os botões do controle para selecionar os diferentes idiomas de áudio são inúteis. A qualidade do som sempre foi sofrível e a qualidade do receptor, péssima, com um software fraco.
O pacote de canais é atraente, com preços muito competitivos, comparado com a Sky. A HBO é legal, mas dava uma inveja danada de quem tinha Telecine, principalmente vendo os outdoors espalhados pela cidade, agora, para ficar perfeito, só falta colocarem Universal Channel, Megapix e Canal Brasil, sem aumentarem o preço, claro.

Adeus, minha velha TV



Desde a minha infância o aparelho de TV foi o centro das atenções da minha casa, da minha família. Também adoro livros, mas nunca escondi minha preferência pela TV, com ela completei minha formação cultural, pop, nerd, de um filho de família suburbana e operária da Grande São Paulo.


A primeira, uma enorme TV GE a válvulas, emoldurada numa madeira clara de fino acabamento tinha um enorme seletor de canais, duro e barulhento a cada mudança, que praticamente nos obrigava a alternar apenas entre os canais 4 e 5, TV Tupi e TV Globo. Quando me aventurava a girar um pouco mais o seletor, ouvia a bronca da minha mãe de longe: - Para de mexer nessa TV, senão vai acabar quebrando! Pouca gente sabe ou lembra, nessa época ligar uma TV era uma operação complicada que exigia uma certa paciência. Primeiro era preciso ligar o estabilizador de voltagem, equipamento que nos acompanha até hoje nos computadores, mas que na época era uma caixa de ferro pesada com um enorme mostrador analógico que lembrava um painel de avião, para ligá-lo era preciso girar um seletor duro que fazia um barulho seco, tlec, seguido de um zumbido, óinnnnnn, que silenciava aos poucos. Ao ligar a TV, a tela arredondada e esverdeada nunca acendia de uma vez, primeiro surgia um ponto de luz branca no centro que se abria gradativamente, depois, quando a luz enchia a tela e o som enchia os ouvidos, era preciso mais um pouco de paciência para girar os botões de vertical e horizontal até acertar a imagem, no clássico preto e branco.


Esse aparelho nos acompanhou por muito tempo, mesmo depois de surgirem os de transistor e os coloridos, meu pai insistia em mantê-lo e, quando uma válvula queimava ou apresentava algum problema, chamava sempre o mesmo técnico, um senhor de óculos com aros grossos que virou uma visita tão constante que parecia da família, lembro da primeira vez que esteve em casa, jovem animado com os cabelos pretos e o corpo esguio. Na última, sua cabeleira estava branca e, no alto da sua coluna encurvada, decretou: - Seu Braz, a muito tempo que não aceito mais esse tipo de TV na minha oficina, continuo consertando a sua por causa da amizade, mas estou cansado, além do mais, está muito difícil encontrar peças para ela, dessa vez tive que revirar as prateleiras empoeiradas de uma velha loja da Santa Ifigênia. Da próxima vez que ela quebrar, melhor jogar fora e comprar uma nova.


E foi assim, depois da última quebra, que meu pai finalmente concordou em comprar um novo aparelho no Mappim que, às vésperas da Copa da Espanha em 1982, anunciava a todo instante a nova TV Mitsubishi, novidade no mercado que dava garantia até a copa seguinte. Um salto, a nova TV menor e mais leve era colorida e não trazia mais aquele enorme seletor de canais, aliás, tinha até um controle remoto com fio, mas o incômodo daquele cabo atravessado na sala determinou o isolamento do acessório numa gaveta qualquer. Essa japonesa despertou uma nova paixão no meu pai. Resistiu o quanto pode, mas acabou trocada por uma 29" da mesma marca, isso a mais de 15 anos e se mantém até hoje, apesar da nossa insistência diante das cores opacas nas visitas dominicais.


Como podem ver, acompanhei a evolução tecnológica dessa maravilhosa invenção desde os primórdios. Gosto tanto que na minha pequena casa, só não tenho TV nos banheiros, ainda, porque não inventaram uma que consiga sobreviver à umidade do chuveiro. Mas esse último salto tecnológico não está me deixando tão animado, pelo contrário, vejo com certa tristeza a forma com que todos estão abandonando os velhos tubos pelos monitores LCD.


Dois anos atrás, explorei os limites do meu cartão de crédito por uma LCD de 32", entusiasmado com a possibilidade de assistir imagens muito mais nítidas no conforto do meu sofá. Infelizmente o resultado só foi animador nos filmes em DVD, mas o sinal analógico da minha cidade e a baixa resolução da minha operadora jogaram um balde de água gelada nas minhas expectativas. Só não trouxe a velha 29" de volta para a sala por insistência da família. Desde então, pouca coisa mudou, além do preço que despencou, aumentando meu arrependimento. Os programas continuam esticados para os lados, deixando as figuras baixinhas e gordinhas. A definição parece borrada.


Na semana passada, a linda LG 21" tela plana do quarto do meu filho abriu o bico, sei lá por qual motivo, deu umas piscadas e apagou deixando um forte cheiro de queimado. Fiquei surpreso, afinal, não era um aparelho velho, tinha no máximo uns 3 anos e meio, nova se comparada com a Semp de 10" da cozinha que tem uns 15 anos e com a Samsung 29" que tem uns 13. Nunca vi as LG com muita simpatia, por isso, ao invés de arriscar em mandá-la para o conserto, resolvi comprar uma nova.


Nas lojas, me surpreendi com a empolgação das pessoas pelas enormes telas de LCD. Considerando que moro no interior de São Paulo, onde a nova TV Digital é uma promessa de apenas um canal, possivelmente para a Copa de 2010, me parece um desperdício gastar com um aparelho de alta definição para receber um sinal de baixa definição. Não acredito que todos os empolgados compradores estejam cientes dessa condição, já que os lojistas insistem em demonstrá-las reproduzindo imagens de aparelhos de DVD de alta definição e duvido que planejam adquirir um pacote de TV paga em HDTV.


As TV's de tubo, lindas e perfeitas com sinal analógico, a nossa realidade, estão relegadas aos cantos empoeirados, como ponta de estoque. Os fabricantes vão abandonando o formato aos poucos. Sony e Panasonic não as produzem mais. A fábrica de tubos da Philips fechou as portas. Os poucos disponíveis são do tipo Slim, menores, mas com poucos recursos. As CRT que chegaram a ser lançadas com alta resolução (até 1080i) desapareceram, recursos como o PIP (Picture in Picture) obrigatório nos modelos sofisticados, além de potentes alto-falantes, não existem mais. Tive que me contentar com uma Samsung 21" com acabamento em Black piano, provavelmente um saldo de estoque da loja, já que o modelo mais novo tem um acabamento pior, num prata e preto fosco. Apesar de ser uma marca que confio, não acredito que durará muito, dá a impressão de ser um aparelho descartável.


Nos quase 60 anos de televisão no Brasil, o aparelho passou por grandes transformações, principalmente nos últimos 30 anos, muitas foram bem-vindas, mas o fim das TVs de tubo agora, me parece precoce e triste, vítimas do engodo imposto pelos fabricantes.