Bianco-Lorraine

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Não sei nada sobre esse carro, mas caminhando por uma rua da cidade topei com esse belo exemplar, com a identificação “Bianco-Lorraine” no parabrisa. Deve ser um carro desenvolvido na garagem, não sei se chegou a ser produzido em escala. Mas de qualquer forma, lindo.

Fim de semana agitado

Fim de semana com corrida de F1 me deixa particularmente animado, esse foi ótimo, afinal foi a primeira corrida da temporada, seguida de uma estranha etapa de Fórmula Indy no asfalto ridículo de São Paulo, com direito a pulos gigantescos dos carros, poças d’água e todos os perigos que os motoristas que pagam seus impostos sofrem diariamente nas ruas da cidade. Para finalizar, um clássico de tirar o fôlego, Santos e Palmeiras.

A F1 trouxe um monte de novidades, mas o resultado acabou seguindo a lógica, as grandes equipes conseguiram os melhores resultados. Gostei do fim do reabastecimento, deu uma boa sacudida, todo mundo já estava pra lá de saturado de ver as estratégias consagradas da época em que se podia ganhar uma corrida nos boxes. Agora é só pneu, uma parada rápida que não permite grandes alterações no resultado final. Os estreantes Bruno Senna e Di Grassi cumpriram seu papel, fizeram o que podiam com o que tinham nas mãos. Barrichello realizou seu sonho de pilotar uma Williams e recebeu uma boa dose de realidade, terá que trabalhar muito para conseguir levar esse carro para a frente. Massa colocou uma pá de cal sobre qualquer desconfiança que ainda poderiam ter sobre sua performance pós-acidente, andou forte o tempo inteiro e como é um piloto de uma equipe, respeitou seu companheiro na largada, evitando uma escorregada que pudesse mandar o espanhol para o meio do deserto. Com o segundo lugar, premiou a equipe de Maranello com uma dobradinha na estréia da temporada e conteve-se para não gerar uma crise, merece palmas. Na próxima a sorte deve virar e Alonso pode não ter tantos motivos para comemorar.

A Indy em Sampa foi um show de horrores. Parecia um espetáculo de circo pobre, com lona rasgada. Os artistas procuram manter a dignidade e o brilho de sua performance, tentando disfarçar para o público a condição miserável do seu picadeiro. O dinheiro público gasto para montar o grande palanque dessa corrida não conseguiu encobrir a vergonha do total abandono das ruas da cidade, com o asfalto podre, os carros pulavam o tempo inteiro e quando veio a chuva, as poças destacaram todos os defeitos da pista. Lembrando que para o paulistano comum, que paga seus impostos, aquela pista estava um tapete.

Tirando o lado político do evento, foi bom ver uma corrida desse porte na cidade, um belo show.

Mas espetáculo quem deu foi o Palmeiras. Quando o time levou os dois gols dos meninos da Vila, torci para que os jogadores não desanimassem e que o jogo não virasse um massacre com uma goleada humilhante para o time alviverde. Os garotos do Santos vinham de uma vitória de 10 a 0, mesmo que sobre um time insignificante, um resultado desses mexe com a cabeça dos jogadores que aceitam com facilidade o salto alto.

Com raça e superando suas limitações, os jogadores do Palmeiras mostraram que merecem respeito e impuseram aos moleques santistas uma lição que devem carregar para o resto de suas vidas. Vão pensar melhor antes de desrespeitarem grandes adversários. Uma virada histórica de 4 a 3, para calar a boca da crítica e para lavar a alma do torcedor.

Agora já é segunda-feira, mais uma semana de trabalho intenso. Mas a semana fica leve depois de um domingo desses.

Domingão numa esquina da cidade


Para mostrar um teste com a Kodak Zx1, gadget que comentei aqui a alguns dias, resolvi filmar uns instantes de uma esquina aqui da cidade. É só um teste, mas dá para ver bem a qualidade da filmagem em 720p e também é preciso lembrar que a edição foi feita com o programa que acompanha o equipamento, de um jeito bem fácil, incluindo o upload para o YouTube.

Meus Carros – Fusca da Telesp – 1977

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Como todo novo motorista que a mais de vinte anos começava suas aventuras sobre as quatro rodas, aprendi a dirigir um Fusca. Não era um Fusca qualquer, mas um que meu pai havia comprado num leilão da Telesp para o uso da família. Lamento muito não ter uma foto que registre o carro como ele chegou, todo laranja com os emblemas e inscrições borrados por pinceladas de uma tinta azul, então fica essa, encontrada numa busca do Google, perfeita para lembrar aos que não conheceram ou não se lembram, como era o carrinho da companhia telefônica de SP.

Carro de leilão é uma caixinha surpresa, o lote é adquirido sem testes, totalmente no escuro. Chegou no guincho e por sorte deu a partida no motor movido a álcool depois que recebeu uma bateria nova. Esse motor era da fase experimental do Pró-Álcool, antes de ser uma opção para os carros produzidos em grande escala, equipou os veículos do Estado, como as viaturas policiais, ambulâncias e carros de serviço, como o da estatal Telesp.

Não demorou a ficar bege, ninguém em casa ficava confortável a pagar o mico de andar com o carro daquela cor. No começo a intenção foi vendê-lo, lucrando alguns trocados, mas o carrinho estava incrivelmente bem conservado, com uma suspensão suave e silenciosa, sem nunca ter levado uma batida, andava suave pelas ruas e era econômico, então passou a fazer parte da família por muitos anos e como meu pai sempre mexeu com construção, carregou de tudo: escadas, portas, madeiras, sacos de cimento, portões, latas de areia, enfim, tudo que pudesse ser encaixado no seu bagageiro de teto. Foram anos de trabalho pesado que acabaram com sua carroceria, com ferrugem e amassados, sem muita esperança de recuperação. Um dia foi encontrada uma carroceira completa num desmanche, inteira e do mesmo tom bege, feito o negócio, bastou fazer a troca e o Fusca ficou como novo de novo.

Não foi meu, sempre foi o Fusca do meu pai, mas foi o que aguentou minhas primeiras barbeiragens, incluindo aqueles solavancos de quem tira o pé muito rápido da embreagem e aquelas raspadas no portão.

A primeira experiência de dirigir foi com ele e, claro, inesquecível. Naquele ano eu completaria 18 e insistia muito para que meu pai me ensinasse a dirigir antes de entrar na auto-escola, pois como era comum naqueles dias, a maioria dos garotos já chegava na auto-escola com experiência no volante. Tinha pressa e pouca grana, por isso não suportaria o sacrifício de fazer muitas horas de aula.

Um garoto de 18 anos que nunca sentou num banco de motorista a não ser por brincadeira já sabe a teoria da arte de dirigir a muito tempo, não consegue pensar em outra coisa. Eu, pelo menos, era assim. Observava cada movimento dos pés, cada mudança de marchas, cada virada de volante. Quando andava de ônibus, procurava ficar ao lado do motorista, observando todo o seu trabalho, a arte de cada curva. Garanto que se me dessem a oportunidade, seria capaz de dirigir um ônibus lotado sem muita dificuldade. Foi assim com meu pai. De tanto encher sua paciência, num domingo à tarde, enquanto voltávamos para casa, ele se aborreceu e encostou o carro, trocou de lugar comigo e desafiou: – Vamos ver o que você sabe fazer, não quer ser motorista? Mal pude acreditar e claro que não fiz muito feio para uma primeira experiência. Toquei o carro sem errar uma única marcha e cheguei tranquilamente até em casa, sob o olhar atento e atônito do Velho. Me confundi um pouco quando precisei sair de uma avenida e entrar numa travessa, meio perdido sobre a melhor posição para driblar o trânsito no cruzamento e fazer a conversão, um taxista xingou, dane-se, no final foi uma nota 9, com louvor.

Depois de conseguir minha habilitação, um problema que vou relatar num próximo tópico, me impediu de conquistar logo meu primeiro carro, por isso continuei por pelo menos um ano dividindo esse Fusca com meu pai, que dirigia o carro durante a semana e me cedia o carrinho para os passeios das tardes de domingo. Foi uma bela experiência, aprendi muito com ele, um dos Fusquinhas mais gostosos que dirigi.

Tenho saudades e torço para que ainda continue vivo, rodando por aí.

Casinha Pequenina


Casinha Pequenina
Upload feito originalmente por Velhão

Casinha de Bonecas da EMEI Jane Palumbo - SJC - SP

Foto tirada com a Kodak Zx1, recomendada no post abaixo. O gadget, apesar de ser essencialmente uma filmadora, não desaponta quando usado como uma câmera simples.

Gadget maneiro – Kodak Zx1

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Qualquer um tem um bom celular com câmera, capaz de filmar e fotografar com um desempenho básico, além das outras quase infinitas funções que esses aparelhos costumam reunir.

Apesar de ser viciado em tecnologia e adorar tudo que é novidade, nunca fui um alucinado por celulares, sempre me contentei com meu bom e velho Motorola V3, sem entrada para memória, com algumas firulas como câmera VGA, mas usado basicamente para sua função mais primitiva, telefonar.

Para mim, fotografar só mesmo com uma câmera razoável, aliás, para isso sou um pouco chato, acostumado com minhas câmeras, não gosto nem de fotografar com digitais comuns que parecem demorar um século entre o aperto do botão e o registro da imagem. Sou das antigas, cresci acionando a bobina do filme e apertando o botão depois de encontrar a velocidade e abertura ideal com o auxílio do fotômetro, depois de achar o melhor foco.

Mas confesso que é muito complicado carregar minha D80 a tiracolo para todo o lugar. Além do peso e do volume, incluindo flash, lente e outras traquitanas, é sempre arriscado exibir todo esse equipamento em qualquer lugar.

Então optei por uma Panasonic FZ-18, uma câmera digital mais simples, mas que tem uma ótima lente Leica equivalente a 28~504mm, um belo zoom, mas que tem uns “defeitos” comuns à maioria das digitais portáteis, um pequeno atraso no obturador, um sensor que gera ruído em ISOs altos dificultando fotografias em ambientes escuros e a falta de uma sapata para flash externo. Com luz natural do dia, consigo imagens fantásticas, em ambientes fechados tenho que me contentar com a falta de recursos. Mas é mais fácil de carregar, apesar de ter um volume grande, comparado com as portáteis comuns.

Mas ultimamente começou a me dar uma vontade danada de filmar cenas cotidianas, registrar momentos em que a fotografia fica limitada, como uma gracinha do meu filho, um movimento, uma voz. É possível fazer isso como a FZ-18, apesar de não filmar em HD, mas acho complicado recorrer a ela a qualquer instante, inesperado, como uma careta com vontade de encontrar um banheiro, cenas inusitadas que não podem esperar.

Queria um equipamento mais leve, que coubesse no meu bolso e pudesse me acompanhar a todo instante, sem muito volume e que ao mesmo tempo oferecesse uma boa qualidade de imagem e resistência a choques e a respingos, ou seja, uma filmadora portátil, sem frescuras.

Encontrei a Kodak ZX1 (ou ela me encontrou?). Uma câmera incrivelmente simples, fácil de carregar, ultra resistente e com uma qualidade de imagens excelente, filmando em HD com 720p a 60fps. Não é o modelo mais atual da Kodak, mas é o único disponível nesse momento no Brasil, pelo menos até chegar os novos modelos com full HD e à prova d’água prometidos para abril desse ano, provavelmente custando inicialmente o triplo do que os gringos pagam nos EUA. Numa promoção de desova para abrir espaço para o novo modelo, a ZX1 estava sendo vendida no Submarino.com a 300 paus, quase os mesmos 150 dólares de quando era oferecida nos EUA em 2008/2009. Como prefiro comprar com NF e garantia, achei uma ótima oferta.

Os defeitos são os mesmos de qualquer câmera portátil, com pouca iluminação gera ruído e queda de frames, mas com luz natural, as imagens são excelentes, muito superior a qualquer celular e câmera digital. Até dá para fotografar com resolução de 3 megapixel, mas o foco fixo não dá muito espaço para a criatividade. Melhor julgá-la como filmadora, onde realmente cumpre o que promete. Talvez seu maior problema seja a falta de um estabilizador de imagens, qualquer tremidinha na mão fica registrada. Mas em compensação tem a enorme vantagem de não chamar a atenção, permite capturar qualquer cena de forma natural, sem denunciar. Todo mundo pode ser pego enfiando o dedo no nariz, distraidamente, enquanto espera o próximo ônibus e depois virar hit no YouTube, já que o software que acompanha o equipamento permite a edição de maneira muito simplificada e a fácil disponibilização no site de vídeos.

A ZX1 tem me acompanhado nos últimos dias e tem agradado bastante. A foto abaixo do meu Homer foi tirada com ela, com uma luz fluorescente bem fraca, bastou apontar e clicar, sem nenhum outro ajuste. O ruído fica evidente, mas a praticidade compensa. Se quiser ver vídeos demonstrativos, procure no YouTube, digite ZX1 no espaço de busca, assista em 720p e se surpreenda.

Homer

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Ganhei um Homer de presente. Adoro esse cara. Não tem como olhar pra ele e não abrir um sorriso. Ao lado do PC, junto com minha bagunça habitual, foi o melhor lugar para acomodar meu novo parceiro de mesa.
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