Alguém tem paciência com o quadro de conciliação do Fantástico?

Gosto do Max Gehringer, acompanhei suas colunas na revista Exame e de vez em quando ouço suas mensagens no site da CBN. Mas ver sua inteligência desperdiçada como locutor das brigas domésticas  no Fantástico é muito triste. Aliás, o programa inteiro está ruim e não é de hoje.

Na semana passada a grande atração era um portão que rangia e que irritava uma vizinha, hoje um casal numa disputa por uma renda mínima. Acredito que a primeira vez que foi apresentado, o quadro deve ter despertado algum interesse, já que muita gente não conhece o papel do conciliador, mas torná-lo uma atração semanal é um exagero que torra a paciência de qualquer um.

Foi-se o tempo que assistir Fantástico era obrigação para ter assunto durante a semana, agora ver os apresentadores se esforçando para animar atrações como “menina fantástica”, “bola cheia” e “bola murcha”, entre os enlatados da BBC, com cenas da natureza, tornou o restinho do final de semana ainda mais deprimente.

Alonso é o cara

Infelizmente não pude assistir a essa corrida porque tinha um compromisso na manhã do domingo e precisava estar inteiro. Programei uma gravação, mas o esquema foi para o vinagre com o atraso para começar a disputa. O máximo que pude ver foi a enrolação do Galvão para segurar a audiência enquanto não aceleravam na pista.

Então, dessa vez, não poderei comentar muita coisa além da incrível sorte do espanhol que praticamente ganhou o campeonato no colo. Apostei minhas fichas em Vettel e parecia que não teria erros se seu motor não explodisse. Webber deve estar chorando até agora. Destacou-se pela regularidade durante o ano e na reta final errou feio, só terá alguma chance se a equipe apostar nele e se contar com a ajuda de Vettel que ficou muito longe do título. Mas penso que essa ajuda não chegará tão fácil.

Com esse resultado, Alonso calou a boca de todo mundo e mostrou que além de campeão tem todos os requisitos para publicar um best seller de auto ajuda, pois só ele acreditou nessa possibilidade quando a lógica era totalmente contrária.

Massa conquistou um bom 3º lugar, mas o resultado geral no ano é tão ruim que só uma improvável vitória resgatará alguma esperança para o próximo ano. Sua chance é se dar bem com os novos pneus e torcer para que seu companheiro fique satisfeito com o tricampeonato..

Barrichello largou em 10º e chegou em 7º, uma ótima corrida, talvez o máximo que seu carro permite. Continua na Williams, mas a situação não é tão boa já que os principais patrocinadores do time estão pulando fora.

Bruno Senna chegou em 14º, para um carro como o dele, chegar é uma vitória, a posição é resultado de sorte. Sua paciência com a equipe já acabou, não continua no próximo ano, mas duvido que tenha uma chance fácil em outro lugar sem gastar sua fortuna pessoal ou contar com um generoso patrocínio.

A próxima corrida é a melhor do ano, em Interlagos, onde tem sempre espetáculo, principalmente quando chove e pára, misturando as peças no meio do jogo.

Estreando o Windows Live Essentials - Writer 2011

Muita gente ainda não conhece o pacote de aplicatvos gratuitos da Microsoft, Windows Live Essentials. Acabo de atualizar para o pacote 2011 e o Writer, aplicativo específico para a edição de blogs, ficou com uma cara bem melhor, principalmente para quem está habituado ao Office 2007, com o mesmo estilo de menus, facilitando a edição do texto, a formatação e a inserção de elementos.

Se você ainda não conhece, vale a pena experimentar. Acesse o link http://explore.live.com/windows-live-essentials?os=other

VW SP2 – Hot Wheels

sp2

Finalmente um dos modelos nacionais de carros chegou a linha Hot Wheels. Talvez muita gente não se lembre, mas houve um tempo em que o Brasil tinha um mercado automobilístico muito particular, com modelos desenvolvidos exclusivamente nas pranchetas tupiniquins e que nunca foram fabricados em outros países. O SP2 é um grande exemplo, desenvolvido sobre a plataforma do Fusca, o carro era a resposta da Volkswagen para enfrentar os “esportivos” da concorrência. Foi o sonho dos playboys na década de 70 e hoje é um dos modelos nacionais mais raros, a mosca branca dos colecionadores.

Estava ansioso para encontrar o meu, mas pelo jeito o carrinho também virou alvo dos colecionadores de 1:64, tornando-se raro também nas prateleiras, alguns anúncios no Mercado Livre chegam a oferecer um único modelo por R$35! Dei sorte, no dia das crianças entrei numa loja da Ri-Happy e encontrei dois, um deles já foi para a minha estante de carrinhos, enriquecendo a minha coleção e o outro ficará no blister até valer ouro. Quem sabe uma boa herança para meus netos.

Não é mais uma simples gripe

Quem nunca teve uma gripe? Os sintomas são conhecidos, febre, calafrios, tosse, espirros, catarro, dor de cabeça… Mas até a pouco tempo, bastava uma sopa carinhosa, um chazinho, um bom comprimido e algumas horas de repouso.

Ainda não tinha experimentado a nova gripe e gostaria de ficar longe dessa experiência ainda por um longo tempo. Me previni, tomei a vacina dada pelo governo e a medida do possível mantive minhas mãos limpas e todos os outros cuidados recomendados, mas não foram suficientes. Na última quinta-feira tive a nítida sensação de que estava ficando doente, um forte calafrio e uma arranhada na garganta foram os primeiros sinais, mas logo o corpo foi ficando letárgico, com uma dor de cabeça intensa.

As sensações são as mesmas de uma gripe comum, mas com os sintomas elevados a altas potências. Imagine uma dor de cabeça e multiplique a sensação de dor por 10. Febre? Parece que o termostato interno fica louco, da temperatura normal aos 40ºC é um pulo e, para abaixar dois graus é uma luta, ficava feliz quando o termômetro acusava só 38ºC, nem me sentia com febre quando chegava a isso. Tosse? Temi que meu pulmão saltasse inteiro para fora, rasgando o esôfago. E não foram poucas tosses, ontem só consegui aliviar o sofrimento depois de algumas sessões de inalação e engolir muita coisa quente.

Sem exageros, cheguei a imaginar que não sobreviveria. Perdi minha folga na sexta-feira e meu final de semana prolongado foi estragado, mas hoje, 3 dias depois, apesar de uma dor de cabeça persistente, já posso ter certeza que vou passar por essa, a febre não mais voltou, o que já é uma ótima notícia.

Depois da vacinação em massa e, desconfio, para não atrapalhar as urnas, a gripe deixou de ser notícia. Mas garanto que ela está aí. Antes, apesar dos alertas, não imaginava que fosse tão ruim e, claro, tinha a certeza de que nunca aconteceria comigo.

Jovem precisa trabalhar

Apesar do título do blog, ainda estou longe da faixa sênior, tenho pouco mais de 40 anos, mas no mercado de trabalho já estou na batalha há pelo menos 25 anos, deixando de contar todas as minhas férias escolares desde os 8 que passava junto com meu pai, acompanhando-o durante o dia inteiro dentro do seu caminhão e aos sábados obrigado a estar sempre próximo enquanto ele trabalhava na construção doméstica.

Tanto tempo na labuta não me deixou rico, pelo contrário, mas tenho a certeza que estar no ambiente de trabalho desde muito cedo formou o meu caráter e construiu a pessoa que sou hoje. Mais do que dar valor às pequenas conquistas, aprendi desde muito cedo a ser dedicado, organizado e a conviver com todas as pessoas, de qualquer nível social e econômico, sabendo conversar, ouvir e me expressar.

Quando tirei meu título de eleitor, com 18 anos, informei que estava matriculado no primeiro ano da universidade, a funcionária do cartório não teve dúvida e emplacou meu nome na lista dos convocados a trabalhar nas eleições. Nessa época já carregava 4 anos de experiência no BCN, os primeiros meses como mensageiro e o tempo seguinte como auxiliar administrativo, então, já era um jovem mais do que treinado nas rotinas do escritório, com muita habilidade para digitação no telex e operação de calculadoras, o máximo de tecnologia existente na época, fora todo o conhecimento de arquivo, conferência de listagens, lançamentos contábeis e tudo mais.

Sem treinamento algum, trabalhei como mesário na época das urnas de papel e jamais tive qualquer problema de votação nas seções que participei, e foram muitas, passando por várias funções e chegando a presidir a seção por duas eleições seguidas. Quando mudei de cidade, pedi liberação das convocações porque já considerava a minha missão  mais do que cumprida como cidadão.

Esse ano pedi para voltar e fui encaminhado para ser Coordenador da votação numa escola, com a função principal de orientar e garantir o bom andamento das eleições, sendo o representante do Juiz Eleitoral no local de votação. Me surpreendi ao ver que a grande maioria dos jovens convocados como mesários apresentaram um desânimo assustador em assumir suas atividades, com atrasos no comparecimento, falta de comprometimento e um desconcertante despreparo para executar tarefas simples como procurar nomes em ordem alfabética e operar com tranquilidade uma urna eletrônica que, convenhamos, foi feita para funcionar em qualquer condição com uma grande simplicidade de operação.

São jovens inexperientes e despreparados, a maioria ainda com total dependência dos pais, estudantes medianos e muito distantes do mercado formal de trabalho. Alguns até devem saber falar algum idioma, mas duvido que consigam se expressar razoavelmente em bom português, pois não conseguem organizar uma simples lista em ordem alfabética. Receberam instruções, mas são incapazes de aplicá-las, agem por instinto e sequer se dão ao trabalho de ler um manual, portanto duvido também que consigam ler um texto maior que o que costumam ver no Twitter. Cálculos devem ser ainda mais lentos, penso que são incapazes de fazer uma continha mental, dependentes de uma calculadora. A interação pessoal então fica devendo ainda mais, o tempo inteiro jamais ouvi deles um “por favor”, “com licença” ou “obrigado”, palavrinhas mágicas que devem ter ficado esquecidas na educação infantil, ao contrário disso, emitem alguns grunhidos que mais afastam do que conquistam.

Estão todos ficando por muito tempo protegidos sob as asas dos pais zelosos e não estão aprendendo mais as coisas que a minha geração era obrigada a aprender desde muito cedo, pois não tínhamos celulares para pedir socorro quando nos víamos pressionados, tínhamos que nos virar e nos defender sozinhos.

O trabalho que me formou foi negado aos jovens de hoje, seja por princípios de valorização de infância seja por uma falência do sistema produtivo. Antes os jovens pobres com poucas perspectivas de formação cultural e intelectual podiam ser contratados por uma grande empresa e alcançar cargos respeitáveis, não são poucos os exemplos de grandes líderes empresariais que foram office boys. Hoje os jovens dessa classe média baixa estão praticamente excluídos, restando após uma formação educacional medíocre, os cargos mais desvalorizados dentro das organizações, com expectativas de promoção praticamente nulas. As grandes empresas valorizam atualmente os jovens trainees com formação privilegiada das melhores escolas particulares e amplo domínio de idiomas estrangeiros, com vivência internacional.

Assim, o “sonho americano” permitido aos jovens carentes deixou de existir. Estabeleu-se na prática um sistema de castas, onde os bem nascidos têm o caminho suavizado e garantido pela herança dos pais bem sucedidos. Para os outros, o resto. No meio desse resto, da falta de esperança, onde não é difícil optar por soluções que parecem mais fáceis, com ganhos mais imediatos e que dificilmente têm volta, como as drogas.

Por isso acredito na urgência de uma revisão da condição dos jovens no mercado de trabalho, acabando com o estágio ou programas como “jovem aprendiz”, dando-lhes responsabilidades e oportunidades reais de aprender a enfrentar o trabalho desde cedo, com cobranças e competições, mas também com possibilidades verdadeiras.