Somos todos humanos!

facebook-curtir-e-nao-curtir

Acabo de conferir meu status no Facebook. Conto com 138 amigos! Muitos são pessoas realmente queridas. De outros mal ouvi falar e provavelmente não reconheceria se cruzasse numa alameda qualquer.

Dessas pessoas queridas, se usasse um único critério, procurando apontar qual delas realmente se importa comigo, sobrariam poucas, numa perspectiva positiva.

Penso que não sou o único, mas certamente sou um dos poucos corajosos a admitir isso, principalmente num mundo pautado pelos contatos pessoais, onde as pessoas precisam parecer sempre gentis, agradáveis e bem humoradas. Nessa realidade, o ostracismo na rede de relacionamentos pode ser fatal.

Mas como ter um amigo verdadeiro numa sociedade que prioriza o próprio ego? Todos querem mostrar-se na sua melhor forma, com os melhores dentes, usando máscaras que mal conseguem disfarçar nas suas rachaduras uma infelicidade profunda. Ninguém tem tempo para ouvir o outro, mas sobra disposição para mostrar fotos da última viagem de férias e checar a todo instante os comentários sobre elas.

Será considerado bom amigo aquele que se dispor a criar frases criativas e elogiosas para cada foto postada. O simpático será aquele que clicar no botão “curtir”. O que preferir continuar cuidando da própria vida, deixando de curtir a vida alheia, certamente se transformará num peso morto, um número insignificante na lista de contatos.

Colocar-se nessa rede de relacionamentos é um jogo perigoso. Um deslize, um comentário mal interpretado pode ter consequências assombrosas. Imagine um sujeito que despretensiosamente copia uma frase colhida entre tantas do Google: “O amor pode morrer na verdade, a amizade na mentira”, claro que sem citar seu autor, Abel Bonnard, pois é preciso fazer-se parecer inteligente. Pois bem. Um amigo mal intencionado pode interpretar por essa simples frase que o autor está vivendo uma crise conjugal, outro que realmente mentiu para o sujeito pode acreditar que foi descoberto e passa a criar uma rede de intrigas, ou ainda um terceiro pode entender que o “amigo” está num momento de crise e passa a disparar uma infinidade de comentários com frases cristãs para ajudar a levantar o moral do pobre coitado. As possibilidades a partir de uma única frase podem criar um novelo de confusões.

Pessoas que trabalharam felizes durante o dia vão para casa e perseguem-se virtualmente durante a noite. Chegam para trabalhar no dia seguinte sem ao menos cumprimentarem-se, com as cabeças cheias de mal entendidos.

Pior são as fofocas. Uma resposta antipática durante o trabalho, dada numa condição de pressão e de obrigação com uma determinada norma interna pode virar um motivo de uma verdadeira cruzada difamatória na rede de relacionamentos, onde o pobre coitado que não acompanha a comunidade paralela se transforma num dos piores vilões de ficção, tendo sua reputação destruída, sem direito de defesa. No dia seguinte sua caveira está feita.

Por outro lado, aquele que se importa menos com a qualidade do trabalho e mais com a política da boa amizade pode ser o primeiro a ser lembrado para uma promoção.

O que me preocupa é o peso que tem se dado a esse tipo de interação pessoal. Claro que é importante participar das redes de relacionamento, elas já fazem parte da nossa vida e são ferramentas que colaboram efetivamente nas interações pessoais e profissionais, mas é preciso lembrar que as pessoas estão muito acima das imagens e frases que publicam nesses espaços.

Facebook é uma referência, mas não pode ser a única fonte. Para formar uma opinião sobre alguém ainda é fundamental a paciência de saber ouvir e olhar o olho do outro. Todos somos humanos, seres grandiosos, mas sujeitos a pequenas falhas que podem ser corrigidas.

Como a coisa está caminhando, temo que uma vírgula mal colocada se transforme numa avalanche.

Fotógrafos importantes estão em mostra na Pinacoteca

A mostra “Percursos e Afetos” expõe trabalhos de importantes fotógrafos como German Lorca, Jean Manzon, Nair Benedicto e Mario Cravo Neto. As fotografias podem ser vistas na Pinacoteca do Estado de São Paulo até 12 de janeiro e 2012.

Pinacoteca do Estado de São Paulo – Praça da Luz, 2 – São Paulo (11) 3324-1000 – pinacoteca.org.br

percursos e afetos

Tripé para Câmera Fotográfica - Pro 400 DX - Slik

PRO400DX

Você gastou boa parte do seu orçamento adquirindo uma moderna câmera DSLR. Fica impressionado com a qualidade da imagem, mas tem consciência que não consegue explorar todo o potencial que seu equipamento pode oferecer. Seu ponto de segurança é aquele verde, o modo automático da câmera.

Não se preocupe, o importante é ter consciência que há muito que aprender. A má notícia é que provavelmente ninguém te avisou que além da câmera você precisará comprar alguns acessórios extras para alcançar resultados mais profissionais. A lista é enorme, mas um dos itens que encabeçam qualquer seleção de equipamentos obrigatórios é a escolha de um bom tripé.

Carregar um tripé é uma tarefa incômoda. Ele pesa, ocupa muito espaço e nem sempre é fácil acomodá-lo. Mas sem dúvida o seu uso, entre muitas outras coisas, destaca o bom fotógrafo do resto da humanidade.

Como escolher o melhor tripé? Dois fatores contam muito: o peso e a capacidade de carga. Não adianta ter um tripé leve, mas incapaz de suportar uma DSLR com uma teleobjetiva. Por outro lado, tripés estáveis, com boa capacidade de carga, são pesados e dificultam a portabilidade.

Por isso os melhores são feitos de fibra de carbono, estáveis e leves. Mas o principal problema para a maioria dos mortais é o seu preço proibitivo, principalmente para quem está começando na fotografia profissional ou não pode gastar muito com seu hobby, sob a pena de sacrificar a mensalidade escolar ou o plano de saúde dos filhos.

Um tripé que suporta pelo menos 5kg e oferece boa estabilidade, feito de liga de metais leves e plástico, pesa alguma coisa entre 2 e 3 quilos que se multiplicam à medida do tempo em que são carregados, a velha lógica que nenhuma fórmula da física consegue explicar. Mas não desanime, esse esforço é só um pequeno preço a se pagar por uma boa foto.

Estava precisando de um novo tripé. O meu já desmoronou algumas vezes e só melhorou um pouco depois de alguns parafusos e rebites que providenciei. Mas os remendos me deixam envergonhado e com uma sensação de que ele pode implodir a qualquer momento.

Com a grana sempre apertada, busquei um bom tripé na Internet. Gostei de saber que a Elgin passou a distribuir oficialmente os da marca japonesa Slik no Brasil que mesmo não sendo tão famosa quanto a Manfrotto, recebe excelentes avaliações por sua relação peso/estabilidade e pela qualidade da sua construção, feita numa liga de magnésio, titânio e alumínio.

Difícil escolher entre os diferentes modelos disponíveis. Há para todos os gostos, com vários tamanhos e cabeças diferentes. O manual disponível em pdf no site da Elgin não ajuda muito, praticamente traz o mesmo texto genérico para todos os modelos. O site oficial da Slik, em inglês, tem mais detalhes, mas são insuficientes para uma escolha à distância.

Quase no escuro, optei pelo Pro 400 DX pensando em equilibrar o menor preço com a melhor qualidade. Fiquei satisfeito com a construção que confere ao equipamento uma robustez que parece superior à sua capacidade nominal de carga. Tem bom acabamento, com todos os encaixes perfeitos, sem rebarbas. Oferece várias possibilidades de posicionamento, com diferentes graus de abertura e extensão das pernas, com a coluna central que pode ser reduzida, permitindo a câmera chegar bem perto do chão. Outra possibilidade é a inversão da cabeça na coluna, facilitando o posicionamento da câmera de cabeça para baixo, ótimo para fotografar formigueiros e pedrinhas. As pernas têm um acabamento em espuma que deve fazer a alegria de quem precisa carregar o equipamento em regiões geladas, mas que para a nossa realidade tem apenas uma função estética.

A cabeça tem um modo de fixação bem moderno, com uma trava que permite o encaixe e a liberação rápida da câmera, muito diferente do meu velho suporte. Seus movimentos são suaves em todos os sentidos. Se tivesse bolhas de nível, seria perfeito, talvez o principal ponto negativo, mas que também não é o caso de fazer uma troca por outra cabeça mais cara, basta continuar carregando meu nível de pedreiro, muito eficiente que custou menos de dez reais. As travas das pernas parecem bem fortes, mas sei que não durarão para sempre, feitas em plástico, podem ressecar e perder a eficiência.

Talvez outros modelos sejam mais interessantes, dependendo das necessidades de cada um. No meu caso, os 2,5Kg do tripé não assustaram, prefiro carregar uma carga maior e ter mais confiabilidade. O importante é que os tripés Slik, trazidos oficialmente e com total garantia da Elgin, tornaram-se uma opção de qualidade e custo possível, disponíveis nas grandes lojas com boas condições de pagamento, permitindo que qualquer amador com sua nova DSLR seja capaz de fotografar com lindos efeitos de velocidade, conseguir aquelas inéditas imagens da lua cheia e sol poente e perfeitas fotografias de macro, com aquela mosca verde em cima da flor amarela.

Boas fotos a todos!

Um tucano!!

Sei que ao se deparar com esse título vocês já devem ter imaginado que o tema é política.
Lamento informar, mas estou pouco criativo para títulos. O assunto é um tucano. Mesmo! Aquela ave de corpo preto, pequenos olhos emoldurados numa plumagem branca e um enorme bico colorido.
Já passei dos 40 anos, a maior parte deles vividos no ambiente urbano. Um paulistano daqueles que não deixam o sotaque característico e que não consegue parar de engolir os "s", por maior que seja o esforço para não esquecê-los.
Então, nunca fui de observar passarinhos, para mim todos são absolutamente iguais, quer dizer, nem tanto, diferenciam-se entre os maiores que são pombos e os menores que são pardais. Claro que não sou insensível, gosto de ouvi-los cantar. Outro dia entrei na biblioteca e adorei ser recebido com um lindo canto reproduzido nas caixas de som.
Atualmente moro na capital do Vale do Paraíba. Quando me mudei, adorei ver as noites estreladas, mas elas duraram pouco, logo sumiram na poluição de uma cidade que teima em crescer, com espigões esticando-se todos os dias, apagando o horizonte.
Hoje, caminhando pelas ruas da UNIVAP me espanto ao ver surgir um enorme tucano do meio das árvores e alçar um voo solitário com suas enormes asas. Reconheci-o pelo bico, não é difícil, exatamente igual às ilustrações do partido. Não contive a surpresa e bobamente gritei para ninguém: - Olha! Um tucano!!
Além do próprio bicho que não deu bola ao ouvir seu nome pronunciado, ninguém mais ouviu e por isso preciso deixar esse momento registrado por aqui.
Uma visão rara para um bicho do trânsito.

Melona - direto da Coreia do Sul

A primavera nem chegou oficialmente, mas as temperaturas já indicam que vem muito calor pela frente.
Resolvi me dar um sorvete diferente, Melona. Já vi no WalMart, mas nos comércios locais só quando o dono do estabelecimento é da comunidade japonesa, o que me leva a imaginar que ainda não é tão fácil de ser encontrado.
Peguei o tradicional, sabor melão. Muito bom, macio e saboroso. O preço não é tão convidativo, R$3,50, mas também não é proibitivo a ponto de não merecer a experiência.
Depois da primeira dentada me dou conta: "Cacete, e se esse negócio foi feito com águas radioativas do Japão?", concordo que tem um pouco de neurose nisso, mas corro os olhos pela embalagem e vejo a inscrição "feito na Coreia do Sul". Não sei até que ponto essa inscrição é uma garantia de qualidade sanitária, mas resolvi deixar as neuroses de lado e me deliciar.
Se virem geladeiras de Melona por aí, experimentem, muito bom.

Sensacionalista » Multishow


Sensacionalista » Multishow

Sensacionalista - Um jornal isento de verdade

Num zapping encontrei o Sensacionalista no Multishow. Os caras são fantásticos, utilizam as técnicas consagradas dos jornais televisivos para notícias absurdas. Uma nova forma de fazer humor, com performances impagáveis dos atores que não perdem a pose como repórteres, apresentadores e especialistas, contando também com a participação de populares.

Hoje encontrei o site do programa e, no mesmo tom, parodiando os sites de notícia, aparecem as impagáveis piadas baseadas nas manchetes de verdade. Uma visita obrigatória para manter o humor em dia.

Stop Motion com GoPro

Stop Motion com GoPro

A GoPro produz excelentes vídeos. Mas a característica que mais curto é a possibilidade de fazer fotos automaticamente a cada 2 segundos.

Pedalei e resolvi fotografar todo o caminho, gerando mais 600 imagens distintas, vistas isoladamente com uma beleza própria, mas que podem também ser vistas em sequência, criando um efeito de “stop motion” muito bacana.

Fotobike - Duas paixões juntas

GoPro e Elops 3 - Parceria perfeita
7-17-2011_002
DCIM\100GOPRO
DCIM\100GOPRO
A velocidade da bicicleta é perfeita, com ela consigo ver a cidade, sentir o sol queimando e o vento no rosto, uma brincadeira de criança que faço questão de não esquecer.
Fotografia é outra paixão. Dizem que fotógrafos vêem o mundo em quadradinhos, pode ser, estou sempre registrando momentos perfeitos, mas quase sempre sem minha câmera. Haverá um dia em que as câmeras equiparão discretamente os óculos e registrarão todos os cliques com a força de um olhar, aqueles flagrantes que só a gente consegue perceber, efêmeros, que desaparecem quando perdemos tempo para armar o equipamento.
Há tempos fiz uma experiência com um resultado desastroso, amarrei minha Kodak Zx1 no guidão da minha bike para registrar um passeio noturno e o equipamento quase se espatifou depois de gravar alguns segundos de pulos e saltos. Mesmo que inventasse um avançado sistema de estabilização, acredito que os vídeos continuariam ruins.
Descobri a GoPro, uma pequena e maravilhosa câmera específica para fixar nos equipamentos esportivos e registrar tudo com uma belíssima lente grande angular. Não vou me estender falando de suas qualidades, quem se interessar pode conseguir todas as informações necessárias no site oficial, www.gopro.com , mas preciso dizer que encontrei nela tudo o que esperava, qualidade, resistência, acessórios de fixação e ótimas imagens.´
A câmera é oferecida em algumas versões, preferi a Motorsports Hero e não tive muito trabalho em fixá-la na minha francesinha (Elops 3). Logo saí para um passeio registrando um pequeno filme e depois uma sequência de fotos, com a programação automática de uma foto a cada 2 segundos. Voltei para casa e babei com o resultado, pois mesmo percebendo uma forte vibração, o sistema de estabilização do vídeo mostrou-se perfeito, atenuando todas trepidações. As fotos ficaram incrivelmente nítidas, com um colorido muito bonito, lembrando as cores obtidas nos antigos filmes positivos da Kodak. Foram mais de 200 fotos em poucos minutos e a maioria merece uma impressão para a eternidade.
Encontrei a parceria perfeita para minha minha bike, GoPro e Elops 3, com elas vou me divertir bastante.

Algumas coisas são para sempre

regula
xadrez

Acredite. Houve uma época em que as coisas eram feitas para durar. Provavelmente nem os fabricantes imaginavam quanto iriam aguentar. Muitos produtos sobrevivem até hoje, perdidos em gavetas dos avós, enquanto as empresas que os produziram não existem nem na memória. Câmeras fotográficas são exemplos clássicos. Eram produzidas como jóias, com uma precisão mecânica e ótica refinada, para funcionar sob qualquer condição, leves e precisas.

De vez em quando nos deparamos com achados arqueológicos e nos surpreendemos. Nesse final de semana me vi numa loja de coisas usadas, mantida por uma entidade assistencial. Pensando na onda de lomografia, resolvi então procurar por uma câmera antiga. Numa vitrine, no meio da poeira, alguns estojos de couro me chamaram a atenção, pedi para ver e a atendente jogou as peças no balcão como se fossem lixo. Alguns eram mesmo, daquelas câmeras plásticas piratas que imitavam câmeras famosas.

Mas, entre o pó, surge uma linda Regula Sprinty C 300, fabricada pela King, com a inscrição “Made in Western Germany”, nascida de uma Alemanha dividida. Pois é, eu também nunca tinha visto uma antes.
Nem sabia que existia. Mas me chamou a atenção seu estado de conservação, sem riscos, perfeita. Uma preciosidade. Câmera totalmente mecânica, de concepção simples, sem fotômetro e, portanto, sem baterias, garantindo seu funcionamento eterno. A primeira reação é movimentar a alavança para avançar o filme, um movimento leve e delicado, com um som macio. Abro a tampa do filme e percebo que tudo está no lugar, dou uns disparos e vejo a cortina se movimentar perfeitamente. Testo todas as possibilidades e a máquina se mostra como nova.

Pergunto o preço, mas a atendente não sabe responder. Mando 10 reais. Ela sai e volta com uma proposta de 30. Mando 25 reais, mas ela não aceita. Ficamos de comum acordo nos 28 reais. Volto para casa acreditanto que, caso não funcione, terei um lindo peso de papel.

Faço uma pequena pesquisa no Google e descubro que meu achado tem quase 50 anos de idade e mesmo não sendo uma Leica, tem uma história de qualidade, apesar da simplicidade.

Um Kodak Pro Image 100 de 36 poses que aguardava na geladeira serve como teste. Coloco na câmera e saio para a praça. Uma pequena caminhada pelas ruas num domingo à tarde e logo termino o filme. Mando revelar e me surpreendo.

A câmera é old school, ou seja, nada de fotômetro e nada de cliques automáticos. É preciso usar uma sensibilidade pessoal para a luz, arrisco algumas com abertura 5.6 e 125 de velocidade e, quando o dia de inverno vai perdendo o sol, mantenho a abertura e diminuo a velocidade para 60, segurando mais firme, mas garantindo alguns desfoques de fundo. Não dá para enxergar o foco, só chutar as distâncias. Acertei a maioria, mas errei algumas, uma pena. Mesmo assim, uma surpresa com o resultado. Imagens perfeitas, nítidas, com efeitos e uma linda reprodução de cores, uma qualidade que a gente só encontra nas profissionais.

Mas, mais do que boas imagens, fotografar com esse novo brinquedo me deu um prazer danado, uma diversão, experimentando um processo que nem lembrava mais, de tão acostumado que fiquei com o AF, segurando o disparador no meio do caminho. Tive que me calibrar, imaginando distâncias e percebendo as mudanças de luz, detalhes tão importantes, mas que a tecnologia nos faz esquecer.

Com essa velha alemãzinha, revivo aquele frio na barriga ao arriscar um clique por intuição, adivinhando medidas e torcendo por boas imagens ao abrir o envelope no balcão do laboratório. A emoção quase esquecida que me tornou um apaixonado por fotografias.

Como fotógrafo, eu odeio!

odeio web

Sou fotógrafo amador porque amo fotografar. Sou profissional só na hora de gastar em fotografia, raramente ganho alguma coisa com isso além de algumas chateações, aliás, deixei de anunciar minha paixão ou carregar minha câmera para festas e eventos porque ODEIO as situações que surgem por causa disso.

Resolvi registrá-las:

1. Receber um convite para uma festa de aniversário de algum filho de colega de trabalho emendada com o pedido: “- Dá pra você levar sua câmera?” Se digo sim, sinto-me:

Desprestigiado, afinal está claro que minha presença só está sendo desejada porque virá acompanhada da minha câmera, muitas vezes a pessoa mal me conhece ou provavelmente nem gosta de mim.

Explorado, pois enquanto poderia estar sentado com amigos, acompanhado de uma cerveja gelada e alguns salgadinhos, tenho que virar o fotógrafo, obrigando-me a rastejar atrás de uma criança toda melada e mal humorada que ainda quer enfiar o dedo na lente, sem ganhar um único centavo com isso.

Um idiota, trabalhando num raro final de semana de folga, totalmente de graça, tendo como único pagamento um pedaço amassado de bolo depois de ouvir “- Pode deixar que separo um pedacinho pra você! Cuido bem de quem trabalha pra mim!”. E, como sou um convidado oficial, ainda tenho que entregar um presente na entrada do Buffet infantil.

Se digo não, respondendo que tenho outro compromisso, a pessoa fica checando minha mentira na segunda-feira, afinal, teve que se contentar com as fotos feitas na xereta da tia velha porque resolvi ser um convidado ranzinza. O normal é deixar de se cumprimentado por um bom tempo.

2. Estou num lugar público, com minha câmera na mão e ouço um sujeito que nunca vi na vida me cumprimentar com a maior intimidade, para depois ficar apontando onde tenho que fotografar: “- Olha, abaixa aqui, pega essa pranta, virando pra lá...” Também tem aquele aposentado que é o segurança da praça, aquele tipo que tem medo da própria sombra e vem te alarmar: “- Olha, toma cuidado com essa câmera, tem um pessoal aqui que é barra pesada, ontem mesmo levaram a câmera de um sujeito que era menor que a sua...” Também tem o segurança truculento, um armário de terno preto com um fiozinho saindo da orelha, esbravejando um “Não pode fotografar aqui não!”, como se eu fosse um terrorista plantando uma bomba ou estivesse apontando uma arma automática para o público que carrega sacolas da C&A.

3. Sempre tem um sujeito doido pra experimentar sua câmera, querendo enfiar aqueles dedos engordurados de coxinha. Primeiro tenta puxar conversa do tipo “Que câmera legal, custou muito caro?”, geralmente dispenso dizendo que é muito cara e que sou bastante ciumento com ela, mas o sujeito é insistente e dá um grito animado: “- Ah!!! Mas o fotógrafo tem que aparecer também!!!!!”. A vontade que tenho é enfiar a câmera na mochila e ir embora, pior ainda quando consegue um coro... “Isso mesmo! Vem tirar foto também!!! Pode deixar que ele não vai sair correndo com sua máquina!!!” – Já disse que odeio isso?

4. “- Deixa eu ver como ficou? Ah, pode apagar!! Tira outra!!!! Meu olho ficou fechado, parece olho de peixe morto!!!” – A vontade é ser franco, você é feia assim mesmo, isso é fotografia e milagre não existe, só morrendo e nascendo de novo! Mas para não apanhar ou não perder ainda mais amigos na minha lista do Facebook, respondo que a bateria está baixa, por isso não dá pra mostrar.

5. De todas, talvez a que mais me ofende é a seguinte: “- Nossa, que foto linda! Também, com uma máquina dessas...” – A vontade é responder, no mínimo, um “Vai te catar”.

Bem feito para a prefeitura de SP

Como todos que acompanham o blog sabem, adoro automobilismo, não acompanho apenas a F1, mas também a Indy.

Mas nunca concordei com essa ridícula corrida da Indy em São Paulo simplesmente porque não há condições de ela acontecer numa cidade que já entrou em colapso a muito tempo.

Paralisar um trecho importante de circulação de veículos durante mais de uma semana para receber a corrida é um absurdo, aliás, como costumam ser absurdas as decisões do prefeito da cidade. Até hoje não deu pra engolir a proibição da circulação dos ônibus fretados para dar lugar a carros ocupados apenas por motoristas, uma insanidade.

A chuva de hoje sobre o circuito escancarou para o mundo as péssimas condições que os motoristas enfrentam todos os dias, basta uma chuva mais forte para a cidade ficar travada.

A TV mostrou por horas os pobres coitados dos funcionários tentando secar a poças de água, cenas patéticas. Ninguém se entendia, coitado do Luciano do Valle, tentando segurar a audiência mostrando o caos que todos já conhecem.

O pior é que o sofrimento de quem é obrigado a passar todos os dias pelo trecho será prorrogado até amanhã, uma segunda-feira, dia de muito trabalho. A cidade parada para os carros correrem, para tornar válida sua aventura no Anhembi, para fazer valer a pena o dinheiro público gasto para nada.

Todos que sofrem diariamente com o trânsito caótico, com as enchentes e com os desmandos do prefeito, sentiram-se um pouco vingados por vê-lo passar tanta vergonha.

Vi 3D

rio-3d2

Tenho um problema no meu olho direito chamado “ceratocone” que me impede de enxergar bem. Minha sorte é que o outro olho, apesar da miopia e do astigmatismo, consegue 100% de visão com os óculos, por isso consigo viver bem porque um compensa o outro. Mas a novidade 3D que está invadindo as mídias visuais me oferece alguma dificuldade.

Há alguns anos experimentei um filminho 3D no Aquário de SP e me senti ridículo, tentando adaptar os óculos especiais sobre os meus óculos normais, sem ver resultado algum enquanto todos vibravam com as imagens saltando da tela. Desde esse dia, nunca mais me arrisquei em outra experiência 3D, apesar dos cinemas modernos oferecerem equipamentos bem melhores do que havia experimentado. Pensava que não valia a pena pagar mais caro para arriscar e ficar vendo tudo esquisito enquanto os outros se divertiam.

Meu filho sempre foi solidário ao meu problema, nos nossos passeios nunca exigiu ver os filmes em 3D, apesar de perceber seu interesse. Hoje resolvi presenteá-lo. Ele insistiu que não queria porque eu não podia, mas claro que seu entusiasmo estava evidente.

Entramos na sala para ver “Rio”, antes escolhi uma fileira mais próxima da tela. Recebemos os óculos especiais e coloquei sem esperanças que fosse funcionar. Mas, para a minha surpresa, consegui ver as maravilhas da nova tecnologia. Um espetáculo visual, num filme belíssimo, muito colorido e cheio de efeitos. Fiquei feliz por descobrir não só um novo jeito de assistir filmes, mas também porque me senti menos incapacitado pelo meu problema visual.

Meus gastos com cinema irão ficar mais caros, mas claro que valerá muito a pena explorar tudo que está por vir.

Tchau Reali Jr.



“A Jovem Pan chama direto de Paris o correspondente Reali Júnior, é a Jovem Pan na Europa…”

Ouvir Reali Júnior transmitindo as novidades de Paris todas as manhãs direto da Maison de la Radio, de la RadiÔ, enquanto lutava para atravessar a cidade para as minhas atividades era bom, me dava uma sensação de tranquilidade, mesmo estando pouco interessado nas notícias de Paris, servia como um ritual matinal, como o pingadinho com pão na chapa na mesma padaria, como o primeiro ronco do motor do meu fusca 1969…

Tudo muda. Mudei de cidade, de carro, de padaria e às vezes mudo de estação, gosto também de ouvir o miado do Pulo do Gato. Reali mudou para o céu, de onde não poderá ser correspondente, mas diferente do carro, da estação e da padaria, nunca poderá ser substituído.

Num dia triste, melhor lembrar da alegria

mussum4
Não há o que comentar sobre o ataque raivoso de um louco contra crianças, um dia triste, para chorar.
Mas fugindo de tantos dramas relatados, com pormenores à exaustão, uma rápida notícia foi um alento: hoje Mussum faria 70 anos. Claro que todos ficaram mais tristes sem ele, mas lembrá-lo me faz voltar para a época em que era permitido rir de tudo.
Não havia o polticamente correto e não havia fanáticos executando estudantes.

Bolsonaro - Se fosse só ele…

A declaração absurda do deputado Bolsonaro em resposta à pergunta de Preta Gil no CQC mobilizou as opiniões dessa semana com declarações extremistas dos dois lados, truculentos conservadores e liberais indignados.

Não é possível no mundo atual admitirmos declarações estapafúrdias de quem deve ler Mein Kampf no banheiro. Mas me causa mais surpresa ver a quantidade de mensagens em defesa do deputado, de pessoas que exercem atividades representativas na sociedade, alguns são profissionais liberais que não podem ser chamados de ignorantes por falta de acesso à educação.

O mesmo aconteceu na ocasião em que o funcionário público do Banco Central resolveu que tinha o direito de atropelar uma manifestação ciclística. Não foram poucos os que se posicionaram em sua defesa nas redes sociais, com frases de apoio esdrúxulas, míopes e calhordas.

É com tristeza que me deparo com tantas pessoas defendendo o que é inadmissível, muitas vezes jovens que nasceram num país democrático em que a grande maioria colocou um operário no poder, que nunca viveram um dia de ditadura, que não precisaram sair às ruas para gritar pelas “Diretas Já”, que ganharam um mundo completo com internet e TV à cabo e não sabem o que fazer com tanta informação. Garotos que nunca trabalharam para calçar um Nike e que falam mal do país, preferindo ter nascido em outro lugar.

Claro que é uma minoria. Mas Bolsonaro foi eleito várias vezes, sendo regiamente pago com os nossos impostos, porque está representando uma boa parcela da população.

Faz parte da democracia conviver com as diferenças, mas fico me perguntando como ideias retrógradas continuam latentes em tantas cabeças e o pior, tão jovens.

Milestone com Android 2.2

A Motorola finalmente liberou nesta sexta-feira a versão 2.2 do Android para os donos do Milestone.
Com o novo sistema, o que era bom ficou muito melhor. O teclado touch screen ganhou mais conforto e precisão, facilitando muito a inserção de textos, contando ainda com um sistema de correção automática, facilitando a acentuação e corrigindo erros de digitação.
Uma outra novidade é o sistema de reconhecimento de fala que serve para inserir comandos e também para escrever. Não chega a ser muito preciso, exige boa pronúncia e fala pausada, mas entende 80% bem. O recurso está disponível também para fazer pesquisas no Google. Não estranhe se vir pessoas falando com máquinas daqui pra frente, o sistema pode evoluir bastante e logo estará mais funcional.
Alguns recursos ficaram mais estáveis, como o YouTube. Também percebi uma melhora em relação ao Wi-fi e ao Bluetooth.
Pena que foi a última atualização oficial da Motorola para o aparelho, logo sua produção será descontinuada e somente o Milestone 2 receberá alguma atenção.
Esse post foi totalmente escrito no Milestone, mostrando o avanço. Antes limitaria-me a uma frase no máximo.

A Tyrrell de seis rodas

tyrrellp34

Houve um tempo em que a Fórmula 1 era mesmo um laboratório livre para buscar soluções para alcançar mais velocidade. Das pranchetas saíram carros com efeito asa, com turbina e, talvez o mais estranho, um carro de seis rodas.

Projetado por Derek Gardner com a intenção de conquistar mais aderência nas rodas dianteiras para conseguir mais performance nas curvas, o Projeto 34 como ficou conhecida a Tyrrell de 1976 não alcançou grandes resultados, principalmente pela falta de desenvolvimento dos pneus pela Goodyear e acabou virando história, pois depois disso o regulamento obrigou que fossem construídos apenas carros com quatro rodas.

A Hot Wheels lançou a Tyrrell P34 na coleção 2010, mas como tudo chega aqui com certo atraso, somente agora os modelos estão sendo encontrados nas prateleiras, por isso, corram para garantir o seu, pois logo será mosca branca e estará apenas nas mãos dos colecionadores. Já garanti as minhas, em duas versões, uma azul com detalhes em amarelo e outra branca com detalhes em azul.

Blogando pelo Android

Mobilidade! Agora com um novo aplicativo, posso postar no blog de qualquer lugar usando meu Android no Milestone.
Claro que não serão textos longos, mas pelo menos vou poder fazer comentários mais rápidos sobre o que acabei de presenciar. Reflexões mais longas só quando estiver no conforto do teclado normal.
Abração.


Sempre há tempo

Não há muito o que comentar, as imagens falam por si. Mas fique à vontade para registrar suas emoções…

Lenovo x100e – ótima compra

x100e-gobi

Depois de muita paquera, visitando-o quase que diariamente na página do Carrefour, finalmente me decidi pela compra do meu Lenovo Thinkpad x100e, um notebook pequeno e eficiente, com vários atrativos para quem adora tecnologia, como o Windows 7 Professional original, hardware robusto, tela de led, teclado confortável e à prova de líquidos, bateria com boa duração e mais algumas outras atraentes particularidades. Como explorei as informações disponibilizadas pelos compradores anteriores, acho razoável colocar também as minhas impressões para ajudar outros interessados.

Comprar pela Internet é sempre um tiro no escuro por mais que se pesquise opiniões de quem já comprou, porque simplesmente não dá para experimentar nas mãos, sentir como o teclado se comporta, ver a qualidade da tela, sentir o peso e tudo mais. Por outro lado, já me decepcionei com um produto que comprei numa prateleira de supermercado, depois de apertar muito seus botões e pensar que seria uma boa compra. Outro contratempo da compra online é ter que esperar o processo de entrega e torcer para que o transporte não sofra qualquer problema como assaltos ou enchentes, a fim de não adiar ainda mais a entrega. Tive que esperar 10 dias, não sei por qual motivo demoraram tanto para despachar minha compra e, no último dia previsto, uma tempestade dilatou o prazo para a manhã do dia seguinte.

Ao abrir o pacote, o primeiro impacto foi a qualidade do teclado, com toques suaves e precisos, encaixando perfeitamente nas mãos, apesar do tamanho menor que a média dos notebooks. O acabamento em preto fosco aponta que é uma ferramenta de trabalho, sem frescuras com brilhos e detalhes bonitinhos que se estragam facilmente com o uso. A tela com uma ótima resolução e vários níveis de luminosidade agrada aos olhos. Os programas Lenovo instalados são leves e eficientes, nada daquela tonelada de softwares inúteis que costumam acompanhar computadores de grandes fabricantes. Pena não ter vindo um MS Office Starter, seria melhor que a versão trial do MS Office 2007. Quando terminar os 60 dias, instalo uma versão de estudante, disponível nas prateleiras por R$199.

Para proteção, instalei um pacote Panda que ganhei de brinde numa compra anterior, mas estranhamente a performance caiu muito, mesmo depois de várias tentativas de configuração. Perdi a paciência e optei por desinstalar tudo e ficar só com Microsoft Security. Tudo voltou a funcionar bem e rápido, incluindo a aparência cheia de transparências e transições de wallpapers.

A quantidade de atualizações do Windows Update foi assustadora, com muitos megabytes de arquivos baixados e instalados, um problema para quem está ansioso para experimentar o novo brinquedo.

Com todos os sistemas básicos funcionando bem, resolvi experimentar o Bluetooth, recurso que não existia no meu notebook anterior e que não funcionava bem com aquele acessório de encaixar na USB. Foi difícil encontrar algum programa que habilitasse a conexão, a única pista era a existência de um software entre as opções de aplicativos a serem desinstalados. Manual de instruções? Esqueça! Como todos os materiais impressos que estão acompanhando os novos produtos, é inútil. Como já não é minha primeira máquina portátil, resolvi apelar para o teclado, tentando adivinhar os significados dos ícones da função Fn. Achei que o F5 pudesse ser útil e me dei bem, abriu um aplicativo com opções para interface sem fio, dando a chance de habilitar o Bluetooth. Feito isso, o sistema passou a instalar os drivers para o reconhecimento do hardware e tudo ficou mais fácil, bastou seguir os procedimentos do Windows para configurar o emparelhamento com meus celulares, MP4 e fone de ouvido. Testei bastante ouvindo músicas e me comunicando pelo Skype, perfeito, sem cortes.

O Wi-Fi, segundo dizem, capta até pensamentos. Exageros à parte, o sistema é bastante eficiente, funcionando nos padrões b, g e n, ou seja, conecta-se com qualquer tipo de roteador wireless com um ótimo nível de recepção. Na minha conexão doméstica atingiu velocidade máxima de download, taxa que antes só tinha conseguido alcançar com o cabo. Em outros lugares tive sempre conexões estáveis. Um bom atrativo é o software de gerenciamento de conexões sem fio da Lenovo que mostra visualmente os pontos de acesso disponíveis num gráfico parecido com o sistema solar, onde o computador fica no centro e os pontos de acesso nas órbitas, indicando as distâncias e os níveis de sinal.

Escrevendo esse texto, experimento a digitação no teclado, até agora, aprovado com louvores, um dos melhores teclados com que trabalhei, com respostas precisas e sem erros de posicionamento, possibilitando trabalhar por horas sem cansar. Teclado pode ser apenas um detalhe para a maioria das pessoas, mas para mim, formado na época da datilografia, usando todos os dedos para produzir textos, uma boa ergonomia é fundamental. Algumas teclas do x100e estão em posições invertidas, característica que parece ser comum na linha Thinkpad, como a inversão dos botões Ctrl e Fn, o reposicionamento do botão Delete e do botão de interrogação, nada que atrapalhe, mas que exige de um tempo de treinamento.

O Trackpoint, aquele mini joystick vermelho no meio do teclado, pode causar algum estranhamento, mas como já havia tido a oportunidade de trabalhar com um velho notebook IBM, gostei da presença do recurso. Com um pouco de prática, não demora a ser o preferido para movimentar o cursor. O Touchpad tem boa sensibilidade, não decepciona, mas comparando com outros que experimentei, perde para o acessório da linha HP, mesmo trazendo um recurso legal como a possibilidade de movimentação do zoom da tela, repetindo os movimentos de extensão dos dedos indicador e polegar, já aprendidos nos celulares com telas sensíveis, como o iPhone.

As três portas USB são suficientes, uma delas é energizada, ou seja, quando o equipamento estiver desligado, mas ligado na fonte, a entrada pode ser utilizada para carregar outros equipamentos, uma boa solução para quem sofre com poucas tomadas ou não tem um carregador USB disponível. Uma entrada para fone com microfone, típico de celular, elimina a entrada de microfone externo. Entrada de rede, e adaptador de cartão de memória completam as conexões laterais. Na parte de trás, entrada para fonte e saída de vídeo comum para projetores, ficando de fora uma saída HDMI, obrigatória nos equipamentos modernos.

O fabricante indica uma duração máxima de 5 horas da bateria. Claro que não esperava isso na prática, provavelmente a bateria de 6 células só dura tudo isso com a tela no mínimo de luminosidade e sem estressar o processador, mas no primeiro teste, com uma luminosidade intermediária e confortável, com Wi-Fi e Bluetooth ligados, deu pra chegar num bom tempo de 3 horas longe da tomada. Um indicador na barra indica o tempo restante, além do nível de carga, ajudando a um planejamento de uso.

Como nos netbooks, não existe uma gaveta de mídia óptica, assim, não é possível assistir DVDs. Mas claro que isso deixa de ser um problema se os discos se transformarem em imagens (.iso) em outros máquinas para serem acessadas por pendrives através de uma rápida instalação do software gratuito Daemon Tools.

O Lenovo x100e oferecido por menos de R$1000 e em promoções por cerca de R$800 é uma excelente opção de compra, pois trata-se de um hardware com muito mais qualidade que a média de produtos oferecidos nessa faixa de preço, além de ser o único com Windows 7 Professional. Tem um bom tamanho, intermediário entre netbooks e notebooks, além de leve, tornando-se uma ótima opção de equipamento para ser carregado o tempo inteiro na mochila e que acaba se transformando na sua máquina principal, aposentando aos poucos o desktop doméstico que fica necessário apenas para acessar cd’s e dvd’s.

Tudo na nuvem

Google Cloud Connect - Basta uma conta no Google para armazenar os arquivos

Sabe aquele trabalho que você está escrevendo em casa e que esqueceu de salvar no seu pendrive para contnuar no escritório ou quando estiver parado no trânsito? E aqueles arquivos que você já alterou em tantos computadores diferentes e que já não consegue identificar qual a última versão?

Uma boa idéia seria tê-los guardados num único espaço para acessar de qualquer lugar. Faz tempo que alguém já teve essa ideia, mas só a pouco tem sido disponibilizada gratuitamente para usuários comuns.

O foco do Google tem sido agregar aplicativos e disponibilizá-los junto com espaço de armazenamento, apostando no que está sendo conhecido como nuvem, onde todos os arquivos pessoais deixam de ser locais para ficarem arquivados nos servidores da internet, podendo ou não ser compartilhados. Nessa semana lançou o Google Cloud Connect for Microsoft Office, um aplicativo que ao ser instalado cria uma opção dentro do MSOffice para facilitar a sincronização dos dados com a internet.

Quem tem celular com Android já sabe como essa integração funciona e muito mais está por vir com o Chrome OS.

A Microsoft também enxergou a tendência e já disponibiliza o serviço Windows Live Skydrive para que os usuários possam armazenar seus arquivos e editá-los em uma versão online do pacote Office.

Alguns irão dizer que pode não ser tão seguro manter esses arquivos na rede. Claro que é preciso tomar cuidados com senhas, mas todos já se acostumaram a adotar hábitos de segurança. Penso que é mais inseguro colocar um pendrive de 4Gb de dados no bolso e deixá-lo mergulhar dentro da máquina de lavar ou simplesmente correr o risco de perdê-lo. Os HD’s já provaram que não estão isentos de pane, quem já viu informações importantes desaparecerem sabe bem disso. Meu maior medo, hoje em dia, não é ter meu notebook roubado, mas imaginar meus dados perdidos ou, pior, nos olhos dos bandidos.

Há também uma necessidade de infraestrutura. A ideia só funciona bem quando se tem internet disponível e a realidade atual ainda está distante do que se deseja, mas se lembrarmos que em pouco tempo a maioria das pessoas acessava internet por modem discado, não é difícil imaginar que em pouco tempo teremos pontos sem fio de alta velocidade espalhados em todos os cantos.

Desaparece também a necessidade de espaços cada vez maiores de armazenamento. Por que gastar dinheiro trocando de computador a cada ano? Sem precisar instalar softwares pesados, já que os principais aplicativos também funcionam na nuvem, qualquer netbook com um teclado confortável e um monitor razoável dá conta das necessidades básicas.

Mas talvez esteja aí o grande problema da idéia, já que vai contra a ordem do mercado que nos faz consumir novos equipamentos a cada dia. No entanto, considerando a criatividade da indústria, não demorará a nos convencer que temos novas necessidades e que precisaremos gastar em novos produtos.

Eu consegui!!

RockyBalboa5

Sabe aqueles desafios secretos que fazemos para nós mesmos e vamos protelando por anos a fio, tanto que chegamos a duvidar que um dia seremos capazes de cumpri-los?
Não falo de grandes desafios como encontrar a cura do câncer, mas desafios que parecem pequenos para a imensa maioria da humanidade e que têm uma importância muito particular.
O meu era conseguir chegar ao trabalho de bicicleta. Uma moleza para qualquer um, mas para mim, muito acima do peso, uma empreitada comparada a chegar à lua.
Tá! Nem tanto…
Mas bem difícil já que tenho de conciliar um monte de tarefas, sempre com pouco tempo, e que só consigo cumprir acelerando meu carro.
Além do tempo apertado, também preciso uma certa preparação pois geralmente numa atividade física meus poros expelem litros de suor, complicando qualquer contato social que não seja precedido de um bom banho frio.
Mas hoje, depois de ter acordado às 4h20 para pedalar e não ter conseguido, decidi que seria o dia.
Depois de um tempo em que a gente pega o ritmo de uma atividade física, é muito difícil viver sem ela. O corpo pede pelo movimento, passamos a ser dependentes da endorfina produzida com o exercício aeróbico. Então, esse vício positivo faz a gente tomar decisões nem sempre sensatas.
Estava atrasado, o horário de almoço foi corrido, meu filho demorou para sair da escola, cheguei tarde em casa e mesmo almoçando muito rápido não consegui me adiantar para cumprir minha decisão. Minha consciência gritava que não seria possível, ainda assim, vesti meus shorts e uma camiseta velha, juntei uma trouxa com toalha e roupas para troca, montei na bike e saí pedalando, antes de ter tempo de me arrepender.
Não demorou para me dar conta que tinha feito uma burrada. O calor estava intenso, a luz do meio-dia não deixava sombras, mas a única solução era encarar. E encarei. O trânsito de carros estava uma loucura, todo mundo apressado, atravessando a ciclovia sem escrúpulos. Muitas outras bicicletas disputando espaço, umas mais rápidas, outras mais lentas. Pessoas invandindo… Para quem se acostuma a pedalar nas madrugadas vazias, com muito ar fresco, encarar a ciclovia no início da tarde é como desafiar o caos.
Depois de um tempo de pedal, numa subida amena, encontrei-me diante do meu Everest, uma altura desafiadora até para os magrinhos em suas leves bikes com trocentas marchas. Avancei o quanto pude e tive que desmontar. Empurrei. O relógio já denunciava o meu atraso, era preciso apertar o passo, mas como? Onde foi parar o oxigênio? Estava me sentindo uma jamanta carregada subindo a serra do mar. Uma sombra sob uma árvore virou um oásis. Parei, respirei por dois minutos e continuei. Quando atravessei a pé a parte mais difícil, montei na bike e segui até a entrada do prédio, feliz com meu desafio vencido, gritando para quem pudesse ouvir: “eu consegui!!”. Não é todo dia que a gente tem essa sensação.
Muito suado, ergui os braços comemorando a minha vitória. As pessoas em volta se contagiaram com minha alegria. Lembrei da famosa cena com o Rocky Balboa vencendo a escadaria, pena que faltou o embalo da trilha sonora.

Lindo amanhecer

DSC_0232

Nesse final de semana, depois de tanta chuva em janeiro, resolvi aproveitar o último final de semana de férias, com o sol disposto a brilhar durante todo o período.

Não fui o único, claro. A idéia também pareceu boa para muita gente, então tive que me conformar com o trânsito lento, parando por mais de 2 horas na estrada.

O calor no sábado foi intenso, daqueles que sufocam. A umidade da Juréia não ajuda, o corpo fica o tempo inteiro melado de suor. Dormir parecia uma tortura, o ventilador só movimentava o ar quente. No meio da madrugada uma tempestade assustadora fez os sonhos ganharem um clima de terror, com os fortes barulhos de trovão e os flashs dos relâmpagos, mas foi uma dádiva respirar o novo ar, lavado, fresco e perfumado.

Então veio o amanhecer… Fez tudo valer a pena! Um momento mágico, daqueles que a gente raramente consegue observar. O sol brilhando no horizonte, as árvores ganhando os primeiros raios, animando os pássaros que responderam com uma linda sinfonia, rara em qualquer cidade.

Registrei, claro, não podia deixar passar. Compartilho uma foto do espetáculo com vocês.

Angry Birds – cuidado, vicia!!

 

Assista o trailer para ter uma boa idéia de como funciona esse viciante game.

Adoro videogames, isso não é novidade, mas tirando Tetris e seus filhotes, dificilmente me encanto por games com estruturas aparentemente simples. Prefiro dedicar horas decifrando uma fase de um bom game do PS3 a me perder num simpático game de “cata tomate”.

Por isso nunca fui muito simpático aos games de celular, só abri mão desse tipo de diversão quando já tinha lido pela enésima vez a mesma “Caras” do consultório dentário.

Não faz muito tempo que ouvi falar de Angry Birds, uma espécie de febre no iPhone e soube que estava disponível gratuitamente no sistema Android. Por que não experimentar? Até então, meu Milestone só tinha recebido um difícil game de xadrez.

Quando botei o game para rodar, levei um susto com a qualidade dos gráficos que apareceram na tela, totalmente em HD, muito melhor que um desenho animado, nunca vi detalhes tão legíveis numa tela pequena.

Não é preciso se apertar com botões, a jogabilidade explora a tela touch, tornando a interação com o game pra lá de interessante, pois dá uma ótima sensação de interagir com os personagens simplesmente tocando sobre eles.

A mecânica é incrívelmente simples e viciante, basta lançar através de uma atiradeira diferentes tipos de pássaros, cada um com habilidades distintas para destruir uns porcos que estão protegidos por construções engenhosas feitas de placas de vidro, madeira e pedra. É preciso calcular com cuidado o ângulo de lançamento e a tensão do estilingue, além de explorar a característica de cada tipo de pássaro tocando sobre ele durante o vôo. Para destruir as proteções e atingir os porcos o jogador precisa calcular os efeitos da destruição, formando combos, por exemplo, às vezes é preciso derrubar uma pilastra para atingir uma pedra que rolará e derrubará uma placa sobre um porco e, para acertar essa primeira pilastra, talvez seja preciso desviar de um outro grande obstáculo. Deu para entender? Parece simples, mas a cada nível a dificuldade aumenta, instigando o jogador a vencer um novo desafio.

Ter Angry Bird instalado no celular já justifica a compra de um smarthphone com Android, fora todas as outras incríveis possibilidades que esse aparelhinho mágico oferece.

A partir de agora, vou agradecer quando puder esperar mais um pouquinho. Está com pressa? Pode passar na frente!

Fim de férias, sobrou a madrugada

Acabaram as férias e o tempo livre para andar de bike durante o dia. A solução é encontrar um outro horário e, para mim, a única solução foi acordar mais cedo para pedalar, vencendo a preguiça com ainda mais força de vontade.

O despertador berrou às 5h, mas a tentação da preguiça fez com que eu esperasse só mais um pouquinho e, quando dei por mim, já marcava 5h25. Vinte e cinco minutos que passaram muito rápido, literalmente num fechar e abrir de olhos. Pensei em desistir, tentando imaginar que seria possivel encontrar uma alternativa de horário, mas minha bexiga me obrigou a levantar.

Água fria no rosto para despertar, duas bananas e um copo d’água me colocaram disposto. Saí com a francesa na rua escura, garantindo o celular, cópia do documento, uns trocados e as chaves de casa em sua bolsa de quadro. Acendi as lanternas e ganhei a rua.

Logo deu pra sentir o ventinho frio da madrugada, a primeira reação foi pensar que poderia ter me agasalhado melhor, mas logo desisti com a certeza que iria esquentar bem rápido. Cheguei na ciclovia e apontei para a direção de uma subida falsamente leve, no sentido para o interior do bairro, logo cruzando com outros ciclistas a caminho do trabalho. Ao contrário do que a maioria imagina, nesse horário as pessoas que estão nas ruas são as trabalhadoras. Malandros, ladrões e assaltantes não costumam acordar tão cedo, por isso me sinto muito mais seguro.

Venci a subida e alcancei uma linda praça, mas que na escuridão perde muito do seu encanto. Um vulto num banco me alertou, mas percebi rapidamente que era um aposentado esticando as pernas num alongamento. Sigo, com um pouco mais de subida. Dessa vez não sinto as pernas queimarem e me entusiasmo, mas ao passar em frente a um batalhão de polícia, lembro que é preciso ter cautela e resolvo dar meia volta, afinal, vai que algum malandro tenha caído da cama…

Encosto, desligo a lanterna dianteira para economizar as pilhas e engato o dínamo. Descer livremente embalado pela inércia de uma bicicleta é uma das sensações mais gostosas que existe, com o vento fresco batendo por todo o corpo e aquele barulhinho gostoso da roda girando livremente. Apoiado sobre os pedais, jogando o corpo para trás para aliviar as pancadinhas na roda dianteira quando passo pelos desníveis, tenho a sensação de completo domínio sobre a bike.

Mas é preciso ter cautela e não deixar os aros 28 tão livres, pois ganham velocidade muito fácil, melhor manter os dedos nas alavancas de freio. Mais umas pedaladas num trecho plano, o movimento de pessoas aumenta, apressadas em direção aos pontos de ônibus. Olhares dos que chegaram antes do coletivo apontam para mim, penso que por causa do farol à dínamo, incomum e que desperta lembranças do passado no interior sem luz elétrica.

Mais uma descida, um pouco mais forte, com cruzamentos mais largos, ainda vazios, sem concorrência na luz verde. Galhos baixos de árvores raspam pela cabeça, mais um pouco e chega o final da ciclovia, beirando a Dutra. Melhor voltar, desengatar o dínamo, acender a lanterna e encarar a subida de volta.

Estou atrasado, mas num certo momento, durante o esforço do retorno, noto o sol no horizonte. Páro e observo.

Chego em casa, com um sorriso enorme, uma sensação de extremo prazer, me perguntando por que demorei tanto pra fazer isso.

publicado nos meus blogs: bikeurbana.wordpress.com e blogdovelhao.blogspot.com

Chico Anysio – O humor está mal

Chico na sua melhor forma

Chico Anysio foi por muitos anos uma das principais referências do humor na TV brasileira. Como esquecer sucessos como Chico City, Escolinha do Professor Raimundo, Chico Total e seus mais de 200 personagens? Lembro ainda das suas participações nos primeiros anos do Fantástico onde fazia stand up comedy, séculos antes de virar moda.

Envelheceu. Muitas vezes ficou chato, com opiniões impopulares, como sua posição contra os movimentos ecológicos, declarada numa entrevista ao Jô. Seu humor ficou desgastado e perdeu espaço na programação. Adotou um tom amargurado e afastou-se.

Está lutando por sua saúde e os boletins não são animadores. Sua perda pode não ser tão sentida pelos mais jovens que não guardam lembranças da sua melhor fase, mas para quem acompanha a maior parte da história da TV brasileira, a falta de Chico será impactante.

Torço por sua recuperação.

Hoje deu pedal

Bicicleta

Amanhã fará uma semana com minha Elops 3 e, apesar da chuva, consegui pedalar bastante nos momentos em que a água parava de cair.

Incrível como nosso corpo muda com o exercício. Hoje consegui pedalar por uns 20Km sem ficar muito comprometido e se não fosse a ameaça da chuva, teria pique para pedalar por pelo menos mais 10Km. Pouco para quem está acostumado, mas para quem estava a anos completamente parado, andando de carro para ir até a padaria, considero uma evolução e tanto.

As pernas já estão mais habituadas ao movimento, os músculos ardem menos. O assento ainda dói, mas nem tanto, dá pra aguentar, basta movimentar um pouco mais e subir nos pedais quando passar pelas depressões.

Com menos dor, mais prazer. É indescritível a sensação de liberdade que a bicicleta proporciona, com vento batendo, som ambiente e cenário passando mais devagar pelos olhos.

O maior problema é a atitude dos motoristas. Os idiotas acham que por estar num carro têm o direito de desrespeitar todos os outros. Acho que mal enxergam os ciclistas. Nas conversões, atravessam e ficam parados na faixa da ciclovia, como se tivessem o direito de estar ali. A solução é reclamar, dou um trim-trim de longe e aponto a ciclovia, alguns tentam abrir espaço, outros idiotas dão risada e mal se mexem. Devia haver multa para tamanho desrespeito. Imagino o que seria se estivesse pedalando na rua.

Os pedestres também atrapalham, duro é desviar de casais que caminham pela ciclovia fechando todo o espaço, tão distraídos um com o outro que mal ouvem o “dá licença” ou o trim-trim. Temi por um casal de velhinhos.

Mas não se pode ter tudo. Motoristas babacas e pedestres distraídos na ciclovia fazem parte do trânsito e devem ser encarados apenas como dificuldades. O importante é manter o alto astral, a educação e ter uma atitude cortês, pois o prazer de pedalar é mais importante.

Se você está como eu estava, saia dessa, venha pedalar. Garanto que vale a pena.

Saudade do sol

bikenapraca

Praticamente todos os dias de férias dentro de casa, me escondendo da chuva. No começo foi uma delícia, dormindo muito e me divertindo com videogame e, depois, quando o tempo melhorou pelas manhãs, com um lindo sol até o meio-dia, deu uma animada, com direito a uns passeios de bicicleta.

Mas agora, depois de dois dias com chuva durante todo o tempo, não dá mais. Chega a dar depressão. Tá bem chato isso.

Michael Jackson no Wii

Tá, o cara era esquisito. Mas quem nunca balançou com suas músicas?

Acabo de experimentar o game “Michael Jackson The Experience” no Wii e me diverti bastante. O esquema é simples, mas empolga.

Na tela os dançarinos apresentam a coreografia dos grandes sucessos do ídolo pop, com a mão esquerda brilhando com a famosa luva de brilhantes, cabendo ao jogador repetir os movimentos, com o controle do Wii representando a mão da luva.

Não é necessário dançar perfeitamente, basta acompanhar os movimentos da mão, mas mesmo assim não é fácil, como toda dança é preciso manter o ritmo e a sincronia. Claro que é uma brincadeira e por que não se divertir tentando dançar?

Para quem está escondido em casa por causa da chuva, não tem coisa melhor, abra espaço na sala e tente alcançar um “perfect” dançando Thriller, a família inteira vai adorar.

Minha amiga bicicleta

elops3
Adoro pedalar. Pelo menos adorava por toda a minha infância, adolescência e começo da fase adulta, quando um acidente me nocauteou por um tempo e o conforto do carro passou a ser uma realidade.
Minha querida Caloi 10 foi roubada, comprei outra, uma Caloi 12, que permanece guardada como nova até hoje, depois de 20 anos. Cresci. Para os lados! Fiquei incompatível com minha bike.
A alguns anos tentei voltar. Comprei uma Barra Forte usada. Era boa, mas muito pesada, sem marchas, desanimava quando pensava em encarar uma subida. Vendi para a faxineira depois do tanto que ela insistiu.
Tentei outra, uma Caloi 100, leve, toda em alumínio, com pneus largos e 21 marchas. Mas quem mede mais de 1,85m e pesa mais de 100Kg não consegue ficar confortável numa bicicleta tão pequena. Pedalando do alto do selim me sentia completamente inseguro, como se estivesse num monociclo de circo, daqueles bem altos, com o palhaço se equilibrando sobre uma pequena roda. Meu corpo se projetava para a frente, jogando o peso para os braços apoiados no guidão, fazendo doer, além do assento, os punhos.
A indústria nacional de bicicletas tem problemas. Chegaram à conclusão que é mais barato fabricar bicicletas de tamanho único, como se todo ciclista medisse 1,70m e pesasse menos de 90Kg. Bicicleta no Brasil é feita para criança ou para quem não pode pagar a condução, pelo menos essa é a visão que nos fizeram acreditar, para privilegiar a indústria automobilística. Quem quiser encarar a bicicleta como esporte poderá gastar mais com as importadas, específicas para a prática na estrada ou nas montanhas.
Pessoas comuns, acima do peso, com medidas fora do padrão devem se conformar. A solução mais fácil é desistir.
Foi o que fiz, desisti. Não gosto de fazer exercícios, detesto muito suor e dores. Caminhar é um sacrifício. Correr? Nem pensar! Natação… Não me sinto confortável num reservatório de água onde algum velhinho que faz hidroginástica deixa escapar um xixi. Além de sempre ter um engraçadinho reparando nas adiposidades alheias. Academia… Não é comigo. A idéia de ficar confinado num lugar fechado, abafado, com um monte de gente fedendo a suor chega a me dar náuseas. Me desculpem o machismo, mas também não acho legal a idéia de dividir vestiários com os “mocinhos” narcisistas admirando-se nos espelhos.
Mas é preciso ficar saudável. Não me atiro tanto sobre as besteiras, procuro manter uma alimentação adequada, com fibras, como a TV recomenda, mas não dá para virar comedor de alface de um dia para o outro. Meu problema não é a comida, mas o sedentarismo. Há anos não pratico uma atividade física regular. Preciso fazer alguma coisa, antes que a conta chegue, tão alta que eu não consiga pagar.
Há pouco fui a uma loja da Decathlon, recém inaugurada na cidade. Encontrei uma bicicleta certa para o meu tamanho, com um quadro grande, rodas aro 28, bastante robusta, equipada com todos acessórios que deveriam ser obrigatórios nas bicicletas nacionais: páralamas, buzina, cesto, farol com dínamo, refletores, luz traseira, bolsa… Um sonho. O vendedor indica que a bicicleta, Elops 3 da B’Twin, é importada da França e que tem garantia de 5 anos para o quadro e 2 anos para as peças, algo impensável até para a melhor Caloi que só é garantida por 6 meses.
O preço é salgado. Penso, volto num outro dia e resolvo experimentar, dou uma volta entre as prateleiras da loja e logo percebo que é a minha bike, precisa, confortável, com um movimento de pedal delicioso. Volto para pensar em casa, afinal, uma compra dessas precisa ser feita com consciência para que não seja mais um entulho no quintal. Resolvo, me comprometo.
Pedalei com a bike da loja até em casa. Doeu tudo, principalmente a bunda. Achei que não conseguiria sentar novamente.
Hoje, fiz o primeiro passeio oficial, senti as pernas queimando numa subida mais íngrime, mesmo com a marcha mais leve. Sofri e não desisti, fui mais longe, cheguei ao limite para não ficar quebrado no dia seguinte. Mas me diverti, muito, com o vento batendo gostoso numa descida.
Espero ter força de vontade para continuar, até que não precise mais de um selim tão macio e que as pernas peçam por uma marcha mais rápida. Quem sabe até chegar ao ponto de resgatar minha Caloi 12 da poeira e ganhar as estradas.