Toy Story 3 – Toca fundo

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Geralmente não gosto de assistir as animações em 3D que aparecem mais do que pipoca nos cinemas em época de férias, acho que ficou fácil para qualquer estúdio comprar um pacote de programas, um bom sistema de computadores, criar as animações e mandar confeccionar os bonecos que serão distribuídos junto com os Mc Lanches, lucro certo. O roteiro, o investimento que realmente importa, acaba ficando de lado na maioria das produções.

A Pixar talvez seja a única que leva as animações a um estado de arte, surpreendendo a cada lançamento, por isso abro a guarda quando há algum filme deles em cartaz e levo meu filho para uma tarde divertida. Dessa vez, mais do que diversão, me surpreendi emocionado.

A turma de Toy Story apareceu pela primeira vez a um bom tempo, uma novidade em animação computadorizada, na época ainda não era pai, mas via meus sobrinhos animados com Woody e Buzz Lightyear, tanto que assisti o filme na fita em que eles não cansavam de rebobinar. Mais tarde, quando meu filho começou a curtir desenhos, já havia Toy Story 2 e chegou a hora dessas fitas gastarem as cabeças do meu bom e velho vídeocassete.

Minha casa ficou dominada por várias versões de Woody e Buzz, os primeiros foram mordidos e babados, depois passaram a ser mais respeitados e viraram companhias inseparáveis nas suas brincadeiras. Uma febre que depois de um bom tempo foi acompanhada de Homem Aranha e um monte de outros super-heróis. Com a escola, os filmes de super-heróis e os desenhos japoneses, os personagens da Pixar passaram a tomar conta do quarto, em posições de destaque, mas sem receberem atenção para brincadeira.

Hoje, assistindo a aventura dos brinquedos que precisam esvaziar o cômodo do seu dono que já crescido está prestes a se mudar para a universidade, tive a profunda sensação de que estou vivendo uma das últimas fases da infância do garoto e que daqui a pouco também ele estará dispondo dos seus objetos para seguir a sua vida.

Acho piegas chorar em filmes, muitas vezes brinco com minha esposa chorona quando a surpreendo em lágrimas ao final de cada história. Mas hoje fui eu a vítima. Nas cenas finais senti uma estranha humidade escorrendo pelos olhos, depois uma cachoeira incontrolável. Disfarcei-me atrás do saco amassado de pipocas, me recompus, mas saí com a certeza que preciso viver ainda mais perto dele antes que a vida o tire de mim.

Um comentário:

ADRIANA disse...

adorei...
o tempo passa... e a emoção???
Vamos viver a vida...
vamos viver todos os minutos...
Um abraço para vcs!